Arthur Virgílio questiona contratação de mulher de ex-guerrilheiro das Farc pelo governo federal



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), encaminhou à Mesa da Casa requerimento de informações dirigido à Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a contratação, para aquele órgão, de Angela Maria Slongo, mulher de Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido ainda, de acordo com o senador, como Olivério Medina ou Padre Medina, que seria representante das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia ( Farc ) no Brasil.

Arthur Virgílio reportou-se a denúncia do jornalista da revista Veja Diogo Mainardi, que, em sua coluna desta semana, informou que Angela Maria Slongo foi contratada como oficial de gabinete na Seap. Angela é pedagoga, tem vínculo com o governo do Paraná e teria sido nomeada pelo governo federal em dezembro de 2006. Na época, segundo a denúncia, Olivério Medina cumpria pena de prisão domiciliar à espera do julgamento de pedido de extradição pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O requerimento encaminhado por Arthur Virgílio solicita, entre outros dados, que a Secretaria Especial de Pesca informe o tempo de contratação de Angela Slongo pelo governo federal; quais as suas atribuições na pasta e quais os critérios profissionais que nortearam sua nomeação. À Abin, indaga se essa contratação foi analisada pelo órgão e se o perfil da pedagoga foi considerado no momento de sua contratação pelo governo.

Venda de Terras da Amazônia

Nesse mesmo pronunciamento, Arthur Virgílio expressou preocupação com a venda de terras em seu estado a estrangeiros, suscitando ainda o envolvimento do atual governador do Amazonas, Carlos Eduardo Braga, com a venda de milhares de hectares de floresta amazônica ao empresário sueco Johan Eliash. O empresário foi motivo de reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (1º), denunciando a venda de terras na Amazônia a estrangeiros.

- O governador do Amazonas [Eduardo Braga] me manda uma carta informando que esteve com Eliash no saguão do Hotel Fasano, em São Paulo, um lugar chique; que foi apresentado ao sueco pelo empresário e ex-senador Gilberto Miranda; e diz que nada foi tratado. Eu respondi ao governador que saguão de hotel não é lugar para se tratar de venda de terras do meu estado e que lhe faltou compostura. Foi um plano contra o estado e quero aqui denunciar a falta de governo no Amazonas - protestou o senador, afirmando que, do encontro nesse hotel, teria resultado a venda de 180 mil hectares de terras na região.



02/06/2008

Agência Senado


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