Artigo brasileiro é destaque em revista internacional



O periódico Scientific Reports, editado pelo grupo responsável pela revista Nature, publicou, nesta segunda-feira (7), um artigo que aborda o uso de nanopartículas no tratamento de câncer a partir de resultados de trabalhos da Rede Centro-Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (Pró-Centro-Oeste).

Tese de doutorado do físico Luis Branquinho, da Universidade Federal de Goiás (UFG), o artigo recomenda adaptações para a hipertermia magnética. A técnica busca potencializar tratamentos convencionais para a doença, como quimioterapia e radioterapia, ao gerar calor em uma faixa de temperatura que destrua as células tumorais e preserve as saudáveis.

Segundo o estudo, o diâmetro das nanopartículas usadas atualmente seria 30% maior que o ideal. A descoberta pode provocar implicações clínicas no uso de nanopartículas contra o câncer.

“O artigo indica a possibilidade de o tamanho estar acima daquele de resposta máxima em testes in vivo”, diz o coordenador da Rede de Terapias Inovadoras Aplicadas à Nanomedicina (Nanomed), Andris Bakuzis. “E ainda sugere nanocarreadores magnéticos específicos para uma estratégia mais eficaz de entrega de calor e morte celular”.

Bakuzis e Branquinho dividem a autoria do trabalho com três físicos da UFG e pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), cujo campus de Ceilândia integra a rede Nanomed; da Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André (SP); e da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (EUA).

Terapias inovadoras

A rede Nanomed é uma vertente da Pró-Centro-Oeste e desenvolve nanocarreadores magnéticos (espécie de ímãs microscópicos) com aplicações em cardiologia e oncologia.

Para problemas cardiovasculares, o grupo coordenado por Bakuzis busca aperfeiçoar, ou mesmo criar, stents, que são tubos de malha metálica colocados no interior de vasos para impedir a interrupção do fluxo sanguíneo.

De acordo com Bakuzis, o lado oncológico da aplicação é o uso de nanopartículas magnéticas para gerar calor. “Se atingimos uma temperatura acima de 46ºC, por exemplo, durante 30 minutos, conseguimos matar uma porcentagem muito grande de células tumorais, preferencialmente sem eliminar as células normais, que respondem de forma diferente à ação da temperatura. Esse é o processo conhecido como hipertermia. A novidade é o uso das nanopartículas”.

Quando inseridos no organismo do paciente, os nanocarreadores se guiam por orientação externa para transportar medicamentos e nanopartículas aos tumores. Já no destino, ao serem submetidos a um campo magnético alternado, eles liberam calor, dando início à hipertermia.
Nanomed

A Nanomed tem uma equipe multidisciplinar, distribuída por cinco instituições. Além da UFG, em Goiânia, e da UnB, em Ceilândia, participam da rede pesquisadores das universidades Estadual de Goiás (UEG) – campus de Ipameri (GO) – e Federal do Mato Grosso (UFMT) e do Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cernargen/Embrapa).

Os 16 projetos da rede Pró-Centro-Oeste têm duração de três anos e terminam ao final de 2013, quando um novo edital deve ser lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI). O programa congrega instituições de ensino de Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, com recursos do governo federal, das secretarias estaduais de ciência e tecnologia e das fundações de amparo à pesquisa.

Outubro Rosa

O mês de outubro que marca a conscientização sobre os perigos e a necessidade de prevenção do câncer de mama, que é segunda causa de morte entre mulheres. Somente no ano de 2011, a doença fez 13.225 vítimas no Brasil.

Para lutar contra a estatística, foi criado o movimento popular Outubro Rosa é internacional. Em qualquer lugar do mundo, a iluminação rosa é compreendida como a união dos povos pela saúde feminina. Em Brasília, os principais monumentos estão iluminados com luzes cor-de-rosa, como o Congresso Nacional e a Catedral.

O rosa simboliza alerta às mulheres para que façam o autoexame e, a partir dos 50 anos, a mamografia, diminuindo os riscos que aparecem nesta faixa etária. Para que mais mulheres possam fazer o exame, o Ministério da Saúde investiu, em 2012, R$ 92,3 milhões – um aumento de 17% em relação a 2011.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



13/12/2013 12:44


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