Artigo na imprensa sobre morte do tenista Thomás Engel causa debate na tribuna



Uma coluna publicada no jornal Zero Hora provocou manifestações dos parlamentares na tribuna em relação à política de segurança pública no Estado e à atuação na pasta pelo Secretário José Paulo Bisol. O artigo da jornalista Rosane de Oliveira, sob o título de No Limite, comentou a possibilidade de demissão de José Paulo Bisol em conseqüência do episódio que resultou na morte do tenista Thomás Engel por um tenente da PM em São Leopoldo. O líder do Governo, Ivar Pavan, pediu a inserção nos Anais da Assembléia da matéria da jornalista, que entende "como uma autocrítica de grande parte da imprensa com relação às pesadas críticas feitas ao governo estadual e ao secretário José Paulo Bisol". Ele acrescentou que "deve servir também de autocrítica à grande parte deste Parlamento, pela pesada censura feita à nossa política de segurança, de modo especial à portaria das armas, tão questionada". O deputado Luis Augusto Lara (PTB), alertou para "o despreparo da segurança pública do Estado" no episódio da morte do tenista. Ele ressaltou que Zero Hora "vem estampando em suas manchetes antes de ontem, de que dobrou o número de assaltos e que quase triplicou os casos de seqüestros no Estado, e isso não ocorreu por culpa de um policial que não passou no exame psicotécnico". Já o deputado Vieira da Cunha (PDT), rebateu o pronunciamento do petista Ivar Pavan, criticando sua defesa "pela portaria das armas". Vieira da Cunha acredita que não é com portaria que se resolve o problema da segurança pública e sugeriu que "em regime de urgência seja alterado o Estatuto da Brigada Militar, com o objetivo de evitar fatos como o ocorrido em São Leopoldo". O vice-presidente da CPI da Segurança Pública na Assembléia, deputado Elmar Schneider, também criticou o secretário José Paulo Bisol ratificando que "falta ao Governo Olívio Dutra, fazer investimentos necessários para a área da segurança pública". Ele lamentou os índices da criminalidade no Estado publicados pela imprensa, onde os homicídios crescem 31%, os seqüestros-relâmpagos sobem 74% e os assaltos a bancos chegam a 50%. Por sua vez, a deputada Jussara Cony (PC do B), garantiu que o governo Olívio Dutra "desenvolve políticas públicas de segurança social e de segurança pública", observando que "trata-se de um projeto antagônico ao que estava sendo desenvolvido no Estado e no Brasil". Jussara Cony disse ainda que o atual governo "está implantando com dignidade e com a participação dos servidores uma política de saúde e de assistência especializada para resguardar a sanidade física e mental daqueles que lidam no seu cotidiano com temas tão complexos, como a vida e a morte, a liberdade e o cárcere". E o deputado Vilson Covatti (PPB) lembrou ser "possível enganar a todos durante pouco tempo, mas é impossível enganar a todos durante todo o tempo" para indagar sobre a falta de cumprimento pelo governo da execução orçamentária para o setor. De acordo com Vilson Covatti, "de uma dotação anual de R$ 1 milhão e 465 mil foi pago até a presente data R$ 32 mil e 931, o que representa apenas 2,25%", frisou. Ele pediu a renúncia de José Paulo Bisol argumentando que o secretário da Segurança "não está fazendo nada, até agora apenas pagou 2,25% e ainda vem falar em competência".

09/05/2001


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