ARTUR DA TÁVOLA DIZ QUE ESTÁ OTIMISTA, APESAR DAS DIFICULDADES



O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) disse nesta segunda-feira (dia 18) que está otimista, pois "pela primeira vez na história do Brasil, a sociedade brasileira como um todo está cada vez mais consciente da complexidade das questões econômicas". Segundo o senador, para resolver os problemas econômicos brasileiros o governo terá que arcar com as necessárias derrotas políticas, com os erros e a impopularidade de medidas que precisarão ser tomadas. Para Távola, no entanto, o presidente Fernando Henrique Cardoso parece ter a "clareza de visão" necessária para enfrentar as questões geradas pela globalização da economia e, para isso, precisará da compreensão, do trabalho e da competência do povo brasileiro.Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) explicou que a mobilização política de um povo não surge do patriotismo ou do desejo de quem a procura. "É preciso criar um ideário em que o povo acredite. Nenhuma liderança se firma na omissão", disse Cabral. O senador amazonense afirmou ainda que a abordagem do discurso era difícil, mas que Artur da Távola é um "vocacionado da esperança, continua confiando que dará certo" e voltou a lembrar a necessidade de um ideário.Artur da Távola elogiou a maneira como o canal de tevê a cabo Globonews fez a cobertura jornalística da crise econômica deflagrada na semana passada. Segundo ele, a Globonews evitou tratar a notícia como espetáculo, preferindo apresentar análises a opiniões. O senador também comparou a economia ao metabolismo do corpo humano, lembrando que é quase impossível que todos os componentes desse metabolismo estejam em sua plenitude ao mesmo tempo.O senador lembrou que a atual situação financeira dos estados não foi criada pelos governadores recém-eleitos, mas herdada dos governadores anteriores e espera que da reunião dos governadores de oposição, realizada nesta segunda-feira em Belo Horizonte, saia uma posição de equilíbrio, tanto do governo quanto da oposição.Távola observou que alguns avanços foram conseguidos no país, como o aumento do salário mínimo. Na área da agricultura, o senador reconheceu que as críticas de parlamentares são justas e legítimas, mas acredita que o setor "tende a uma possibilidade de recuperação relativa".Ao destacar que a globalização não é necessariamente um bem, Artur da Távola manifestou a expectativa de que o país saberá responder às dificuldades com seriedade, trabalho e compreensão.- A globalização me faz lembrar sempre os enigmas da mitologia, corporificados nas pirâmides do Egito. Com o enigma dá-se o seguinte: enfrentar o enigma não o resolve; porém, não o enfrentar significa ser devorado por ele. "Decifra-me ou devoro-te." A posição nossa diante da globalização é essa. Conhecê-la, enfrentá-la, estudá-la, admiti-la exigem inteligência, profundidade, ação. Não enfrentá-la significa permanecer um país à margem do progresso, um país periférico, definitivamente: aquela vocação da tristeza e do acaso que tanto infelicitou gerações anteriores - afirmou o senador.

18/01/1999

Agência Senado


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