Senado lança Ano Cultural Artur da Távola
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, lançou, na noite desta terça-feira (13), em cerimônia na Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, o Ano Cultural Artur da Távola. O projeto, coordenado pelos senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marco Maciel (DEM-PE), além de um grupo de servidores, compreende uma programação de eventos culturais a serem desenvolvidas na Casa de maio a dezembro deste ano.
Entre as atividades propostas há shows, ciclos de debates e seminários, além de diversas exposições, mostras de filmes e lançamentos de livros. A idéia, de acordo com o ato que deu origem à comissão, é associar eventos de apelo popular a outros de caráter mais acadêmico. Um dos destaques é o início do processo de digitalização do acervo de obras raras da biblioteca.
Na abertura, o evento, inicialmente chamado de Ano Cultural do Senado Federal, foi renomeado para homenagear Artur da Távola, ex-senador, escritor e jornalista morto na última sexta-feira (9), aos 79 anos - um homem "excepcional", nas palavras do presidente Garibaldi Alves.
Ao discursar na solenidade, Garibaldi destacou que a iniciativa de promover a diversidade artística e acadêmica do país faz parte do esforço do Senado para "recuperar sua credibilidade abalada" - o maior desafio de seu mandato na Presidência da instituição, segundo ele.
- Vamos todos nos desdobrar para fazer desse ano um ano especial. Sendo o ano de Artur da Távola, é uma responsabilidade a mais - salientou.
Já o senador Demóstenes Torres, presidente da Comissão Especial do Ano Cultural, conclamou os membros da instituição a reverteram a batalha que tem sido desfavorável ao Senado na mídia, mostrando à população que a Casa representa qual a sua função. Para ele, esse é o principal objetivo do projeto.
- Temos condições de, a todo momento, estar repercutindo boas ações. Temos um passado glorioso e um presente extraordinário. Não podemos perder o bonde da história. O Senado tem que retomar sua posição institucional de guia. Assim como não queremos substituir ninguém, não queremos que ninguém nos substitua. Antes disso, queremos uma parceria - disse.
O senador Marco Maciel, por sua vez, destacou a importância da cultura para a afirmação da identidade cultural de um povo, especialmente num país de grande diversidade cultural como o Brasil.
- Estimular o exercício da cultura está entre as atribuições constitucionais do Senado - observou.
As atividades da programação serão abertas ao público (os filmes e documentários, por exemplo, deverão ser exibidos no auditório do Interlegis) e transmitidas pelos veículos de comunicação do Senado.
A história do Brasil a partir da história do Senado
O lançamento da publicação eletrônica História do Senado Brasileiro e da exposição A Escravidão no Parlamento Brasileiro marcaram a abertura do Ano Cultural Arthur da Távola. A publicação eletrônica, de autoria de Antônio José Barbosa, Celso Silva e Marcos Magalhães, todos consultores do Senado, é fruto de parceria firmada entre o Senado Federal e o Centro de Memória Digital da Universidade de Brasília (UnB). É composta por um kit de três CD-ROMs acompanhados de libreto de 88 páginas em que a história do Senado é mostrada por meio de textos, cerca de 1300 imagens e 25 animações com trilha sonora e design gráfico diferenciado.
Marcos Magalhães, coordenador do trabalho, frisou que uma das características que tornam a obra peculiar é o fato de ter recuperado publicações de autoria dos próprios parlamentares que foram protagonistas dos diversos períodos abordados.
- Isso num momento em que o discurso parlamentar era uma arma política de fundamental importância - disse ele.
Antônio José Barboza, por sua vez, destacou o papel do Senado na preservação da unidade territorial durante o século XIX e sua atuação como árbitro das tensões nacionais no aprendizado democrático do século XX.
- O Senado não apenas tem história, mas faz história - observou.
A exposição A Escravidão no Parlamento Brasileiro, aberta por Garibaldi Alves, por sua vez, focaliza a participação do Legislativo na abolição da escravidão. A exposição fica aberta à visitação até 26 de maio.
- O Brasil viveu um processo de transição para a mão-de-obra livre que não foi abrupto. Ao contrário, foi intensamente debatido no Parlamento - frisou Magalhães.
Após a exposição, ocorreu a exibição do filme Atlântico Negro - Na rota dos orixás, do cineasta Renato Barbieri, no Auditório Petrônio Portela.
13/05/2008
Agência Senado
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