Artur da Távola: governo FHC teve avanços sociais



O líder do governo no Senado, Artur da Távola (PSDB-RJ), sustentou da tribuna que o governo Fernando Henrique Cardoso teve sucesso na economia, mas também apresentou avanços na área social. Para confirmar sua observação, citou números sobre a redução da pobreza no país e programas de saúde e de educação, contestando a afirmação dos partidos de oposição de que, nos últimos oito anos, o governo só se preocupou com a economia.

Depois de mencionar percentuais para demonstrar o sucesso obtido no combate à inflação, Artur da Távola reconheceu que ainda existem dificuldades na economia, citando o aumento da dívida pública mobiliária. Para ele, Fernando Henrique Cardoso teve a "coragem moral" de atacar problemas antigos como o das dívidas, que impediriam a queda da inflação e o desenvolvimento sustentado. Assim, a dívida aumentou porque a União assumiu rombos dos estados e "tirou do armário vários esqueletos", como a dívida do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

- A estabilização teve um custo alto e seria frustrante que esse esforço novamente se perdesse. Critica-se o Proer, mas a Argentina está aí para mostrar o quanto foi importante evitar a falência do sistema financeiro - disse.

Os avanços sociais, conforme Artur da Távola, são confirmados por estatísticas, algumas do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). A redução do número de pobres em 21%, comparando-se os períodos 1990/94 com 1995/2000, deveu-se à política de estabilização somada a gastos sociais. O percentual de indigentes, que representavam 20% da população brasileira na primeira metade dos anos 90, caiu para 14% no período 1995/2000 - o equivalente a cerca de 23 milhões de pessoas.

- Os números ainda são assustadores, mas estão sendo reduzidos, e de forma consistente, sustentável e em poucos anos, como resultado de investimentos em educação e saúde, caso esta política não seja interrompida, teremos números mais confortáveis - ponderou.

Os gastos sociais do governo Fernando Henrique, conforme o líder do governo, pularam de R$ 93 bilhões em 1993 para R$ 138 bilhões em 1999 - um crescimento de 48%. Tais gastos incluem educação, saúde, previdência social, assistência social e reforma agrária. "No período, o gasto social per capita passou de 615 reais para 824 reais", informou.

Na educação, Artur da Távola destacou que o Brasil praticamente chegou à universalização do acesso ao ensino fundamental. No ano passado, a taxa de escolarização bateu em 97% entre as crianças de 7 a 14 anos, quando em 1995 estava em 89,1%. Na Saúde, o senador citou vários programas, dando ênfase ao Saúde da Família - 154 mil agentes comunitários de saúde em 4.719 municípios, atendendo a 91 milhões de pessoas.

Ele admitiu, contudo, que a melhora na distribuição de renda no Brasil foi pouco significativa nesses períodos, porque não se consegue avanços nesses índices "no curto prazo". Távola reafirmou que os investimentos em educação levarão a uma melhoria na distribuição de renda.

- A atuação do governo federal na área social é relevante, prioritária e competente. Quem afirma o contrário fala por falar. A verdade é que o Brasil é hoje um país com perspectivas concretas de avançar ainda mais econômica e socialmente. As bases para isso estão lançadas - observou.



03/06/2002

Agência Senado


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