Artur da Távola nega participação do governo na busca de provas contra Murad



O líder do governo, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), ocupou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (4) para negar que o Palácio do Planalto esteja por trás da ação de busca e apreensão realizada na última sexta-feira pela Polícia Federal em empresa de Jorge Murad, marido da governadora do Maranhão e candidata do PFL a Presidente da República, Roseana Sarney.

- O governo não tem a ver com este episódio em nenhum de seus pontos - garantiu Artur da Távola, falando em nome do presidente Fernando Henrique Cardoso e do PSDB.

De acordo com o senador, que disse ter discutido o assunto longamente com o presidente na noite de domingo, o governo desconhecia o mandado judicial de busca. Mas, mesmo que soubesse, não teria ingerência num assunto da Justiça.

Artur da Távola também argumentou contra a hipótese da participação do governo afirmando que não seria inteligente hostilizar o PFL, já que não haveria nenhuma vantagem nisso.

- Só se o governo fosse composto de débeis mentais, um ato como esse seria engendrado contra um partido aliado num ano eleitoral. Não se rompem alianças por meio de mecanismos desleais, até porque a lealdade é a regra número um da política - assegurou.

O senador elogiou o partido de Roseana, dizendo que o PFL sempre foi um partido de grande grau de colaboração, não apresentando as dificuldades que tem, dentro da aliança, "o PMDB, por exemplo, que, pela sua natureza, é um arquipélago de lideranças regionais". O parlamentar ressaltou que alguns setores do PFL já começam a aceitar que o governo "não teve nada a ver com isso".

Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) mostrou-se cético em relação à neutralidade do governo no episódio.

- Confio, da primeira à última palavra, na sinceridade do que o senador Artur da Távola está afirmando. Ele está reproduzindo o que o presidente Fernando Henrique disse. Mas o presidente diz o que o ouvinte gosta de ouvir - afirmou Simon.

04/03/2002

Agência Senado


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