ARTUR DA TÁVOLA LEMBRA CENTENÁRIO DE CÂMARA CASCUDO
O estudioso do folclore brasileiro Luís da Câmara Cascudo, cujo centenário de nascimento se comemora no próximo dia 30, foi homenageado nesta segunda-feira (dia 14) pelo senador Artur da Távola (PSDB-RJ). "Câmara Cascudo foi o maior e mais completo estudioso da cultura popular brasileira, resgatando as tradições profundas da cultura do índio e do negro", definiu o senador fluminense.Artur da Távola citou algumas das mais de 150 obras do autor potiguar, que vão da ficção e antropologia a estudos históricos. Mas, para o senador, a obra mais importante é o Dicionário do Folclore Brasileiro, volume com mais de 700 páginas, um relatório completo das manifestações culturais do Brasil. - É uma das obras mais impressionantes, feita por uma só pessoa. Nela, o autor demonstra sua capacidade de estudar em profundidade a cultura popular. E o faz com altíssima erudição, mas sem abusar das palavras e com simplicidade de estilo - afirmou o senador.Para Artur da Távola, a obra de Luís da Câmara Cascudo ganha mais importância nestes tempos de globalização, quando o idioma é invadido. "Na medida em que a linguagem se universaliza, o que é mais genuíno se fortalece", sintetizou.O senador Geraldo Melo (PSDB-RN), em aparte emocionado, falou da importância de Câmara Cascudo para a preservação da cultura popular brasileira e, em especial, para o seu estado, o Rio Grande do Norte. Geraldo Melo relatou o seu convívio com o autor.- Câmara Cascudo ditava os verbetes do Dicionário do Folclore Brasileiro para minha irmã, que era sua secretária e datilógrafa. Ele foi a minha primeira referência intelectual - lembrou o senador.O senador Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) elogiou a oportunidade do pronunciamento de Artur da Távola. Falando em versos, Cunha Lima comparou o discurso do senador fluminense "a uma prece ao fim do dia".
14/12/1998
Agência Senado
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