As novas metas de inflação são realistas, diz Suplicy



A decisão da área econômica do governo de afrouxar as metas de inflação deste ano e do próximo foi considerada -realista- pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em entrevista que concedeu à Rádio Senado. A meta de 2003 ajustada para 8,5%, com um acréscimo de dois pontos em relação à programação anterior, foi adotada para permitir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), principal indicador da geração de riqueza do país, de 2,8% este ano, conforme justificativa do Banco Central (BC).

Suplicy avalia que esse ajuste proposto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fará com que os objetivos de crescimento da economia possam ser alcançados -mais depressa-. O senador também acha que as novas metas devem auxiliar no -esforço para a estabilidade de preços-.

A revisão das metas de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi anunciada nesta terça-feira (21) pelo presidente do BC, incluindo a proposta de ajuste para 2004, com um limite de 5,5% para a expansão do índice ao final daquele ano.

Essa taxa recolocaria a inflação dentro dos tetos estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme explicação contida na carta pública divulgada por Meirelles, pela qual justifica o não cumprimento da meta de inflação no ano passado. O teto fixado era de 5,5%. Mas a elevação cambial e os seus efeitos sobre a economia brasileira no segundo semestre acabaram puxando o IPCA para 12,5%, na variação acumulada do ano.

Esse prazo de praticamente dois anos para ajustar a inflação aos limites fixados pelo CMN foi autorizado pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci, como uma forma de evitar uma recessão econômica. Os cálculos do BC demonstram que, se fosse mantida a meta de inflação de 6,5%, haveria uma queda real de 1,6% do PIB este ano.

A exigência de uma prestação pública de explicações sobre o descumprimento dos tetos de inflação está prevista no decreto que criou esse sistema de metas. Além disso, o mesmo decreto determina que o BC descreva as medidas que tomará para recolocar a inflação dentro das metas acertadas pelo CMN e em que prazo elas surtirão efeito.



22/01/2003

Agência Senado


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