Assembléia aprova aumento de 25% para o magistério gaúcho depois de muito debate



Um intenso debate na tribuna, que se prolongou por mais de seis horas durante a sessão extraordinária da Assembléia Legislativa, antecedeu a aprovação pelos parlamentares dos projetos do Executivo, um que aumenta em 25% os salários do magistério estadual e outro que propõe o realinhamento dos vencimentos dos servidores de escola. Em seus pronunciamentos, os deputados da situação defenderam o reajuste aos professores gaúchos reiterando que a proposta governamental mantêm a normalidade nas escolas, enquanto os oposicionistas questionaram a urgência do Governo em convocar o Parlamento às pressas para votar a matéria. O líder do Governo, deputado Ivar Pavan, entende que "é uma questão importante e fundamental manter a normalidade nas escolas, dar tranquilidade ao professor que no dia 1º de agosto, quando entrar na sala de aula já saber que o projeto referente ao seu reajuste já foi aprovado". Ivar Pavan reconheceu que o índice de reajuste de 14% concedido no ano passado e de 25% previsto agora ainda é pouco, mas indagou ser "pouco comparado com qual governo?, Qual é o governo de qualquer partido da oposição que ofereceu 26%". Por sua vez, o líder da bancada do PMDB, deputado Paulo Odone, garantiu que até aprovaria o projeto na íntegra, mas observou que "nenhum dos projetos que foram votados, as suplementações, os créditos adicionais, são urgentes". Paulo Odone acredita que "o que estão fazendo é esticar um pano de fundo para ser votado amanhã 120 milhões de reais para o caixa único do Estado", referindo-se ao projeto incluído na pauta da convocação extraordinária desta sexta-feira e que institui o sistema de gerenciamento dos depósitos judiciais pelo Judiciário do Rio Grande do Sul. Também o deputado Bernardo de Souza considerou "que não havia a rigorosa pressa para a votação de nenhum projeto nem deste, porque temos no sistema regimental da Casa fórmulas muito usualmente adotadas, costumeiramente aplicadas para votar com rapidez casos de urgência". Bernardo de Souza explicou ter votado a favor do projeto, porque "qualquer reajuste é melhor do que nenhum, que precisa ser votado a tempo, para que as folhas correspondentes ao mês de agosto estejam prontas e o pagamento não tenha mais demora". Já o líder da bancada do PPB, deputado Vilson Covatti, afirmou duvidar que a categoria tenha concordado com a proposta oferecida. " Os professores que se deram ao trabalho de fazer cálculos, viram que esse reajuste foi aprovado sem discussão e gostaríamos que esse debate continuasse no ano que vem", disse. Vilson Covatti ressaltou ter muito respeito pelo Cpers, "mas não por esse grupo do sindicato atrelado ideológica e partidariamente ao Governo, que pode ter sido eleito quando reivindicava os 190% de reposição salarial". O líder da bancada do PFL, deputado Onyx Lorenzoni, condenou a forma como o Governo encaminhou sua proposta ao magistério "que vem a esta Casa sustentada por um debate parcial, e principalmente, referendada por uma categoria que na sua representação conhece o que de pior existe no movimento sindical, que é o processo de alinhamento, de subserviência, lamentavelmente dominado por uma minoria que está absolutamente apelegada a um Governo medíocre". Onyx Lorenzoni pediu "um minuto de silêncio, em respeito aos 85 mil professores gaúchos, pelo desastre deste Governo". A deputada Jussara Cony (PC do B) rebateu as críticas dos oposicionistas quanto à urgência requerida pelo Governo para votar a matéria lembrando que "esquecem-se da extinção do Plano de Carreira do Magistério que foi realizada durante um período de convocação extraordinária, entretanto, nós e nem os servidores nos esquecemos disso". Jussara Cony entende que "esta categoria, pela sua consciência política, não será artífice de qualquer retrocesso no Estado e continuarão lutando pela recomposição dos seus direitos e não aceitarão demagogia". O deputado Luis Augusto Lara (PTB) afirmou que "este aumento não é cumulativo e os 7% que vão receber em dezembro de 2002 é sobre o contracheque deste mês de julho de 2001". Luis Augusto Lara sugeriu que os professores "guardem este contracheque porque, até dezembro de 2002, vão precisar dele para receber os minguados 7% que o próximo Governo ainda deverá pagar à categoria".

07/26/2001


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