Ato presta homanegam a sindicalistas e trabalhadores vítimas da ditadura militar



Com auditório cheio e ao som de músicas de grandes compositores como Chico Buarque, Martinho da Vila, Sérgio Sampaio e Zé Keti, o ato sindical "Unidos, Jamais Vencidos" prestou homenagem aos mais de 400 trabalhadores e sindicalistas vítimas do regime militar. O evento foi realizado neste sábado (1º), em São Bernardo do Campo, no Grande ABC, em São Paulo.

O primeiro ato de 2014, ano em que o golpe de 64 completa meio século, contou com a presença do prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, do secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, do filho do presidente da República João Goulart, João Vicente Goulart e da coordenadora da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Maria Cardoso da Cunha, além de representantes de dez centrais sindicais e parlamentares.

Com duração aproximada de quatro horas (das 13h às 17h), o ato sindical foi promovido por dez centrais sindicais que integram o Coletivo Sindical de Apoio ao Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical da Comissão Nacional da Verdade.

Os homenageados receberam um diploma de reconhecimento por suas ações na luta democrática e os que foram assassinados por agentes do Estado naquele período foram homenageados "in memoriam”.

O município de São Bernardo do Campo é conhecido como um dos principais palcos das primeiras grandes greves de trabalhadores ocorridas no final do regime militar, a partir de 1978, que contribuíram para a abertura política e o processo de redemocratização do País. Um dos líderes dessas greves e do movimento de trabalhadores contra o arrocho salarial foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.

Abertura

O prefeito Luiz Marinho abriu o evento destacando que a democracia que o Brasil tem hoje foi conquistada através do sangue de muitos.  “Vamos lembrar aqui as atrocidades da ditadura e tantos amigos e anônimos que se foram. Quantos trabalhadores foram sacrificados das mais diversas formas. Uns com a vida, outros torturados. Torturas físicas, psicológicas e emocionais”.  Segundo ele, a população não tem que apenas lembrar do golpe de 50 anos atrás, mas sim, se alertar para movimentos atuais que dão continuidade ao processo de ditadura.

A importância dos sindicatos

Outro foco do ato foi lembrar a importância dos sindicatos e de suas iniciativas. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, destacou que os trabalhadores precisam apoiar as ações de seus sindicatos e afirmou que nada na vida do trabalhador vem sem luta.

“O movimento sindical é visto como algo desnecessário, mas todos precisam saber que isso não é verdade. Todos precisam reconhecer a necessidade e prioridade das lutas sindicais”, disse Torres.

Comissão Nacional da Verdade

Na homenagem, Rosa Maria Cardoso da Cunha, coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, enfatizou o significado que o golpe de 64 teve para a classe trabalhadora e lembrou que a CNV está lutando por um processo de justiça.

"Foi a classe trabalhadora que sustentou as reformas de base por um processo de modernização e aceleração do capitalismo, imposto a partir de 64. Foi a classe trabalhadora que trouxe o povo para participar da política, e que colocou um trabalhador no Poder. Gostando ou não do Lula, ele é o ícone da participação da classe trabalhadora no poder”, afirmou.

Fonte:
Portal Brasil



03/02/2014 09:41


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