Ato público pede instalação imediata da CPI da Corrupção



Políticos, estudantes, religiosos, trabalhadores e representantes de entidades da sociedade civil participaram na tarde desta quarta-feira (dia 9) de um ato público no auditório do Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, na Câmara dos Deputados, em favor da instalação da comissão mista parlamentar de inquérito para investigar denúncias de corrupção na administração pública federal. O evento foi realizado momentos depois que o requerimento da CPI da Corrupção foi entregue ao presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA).

A manifestação foi iniciada no Salão Verde da Câmara dos Deputados, mas o tumulto formado pela ausência de um sistema de som obrigou os participantes a trocar de local. Em meio a dezenas de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos, o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), líder do seu partido na Câmara, anunciou que o requerimento da CPI tinha sido protocolado e registrou a presença de várias personalidades, entre elas dos presidentes do PDT, Leonel Brizola, do PT, Luís Inácio Lula da Silva, do PSB, Miguel Arraes e da OAB, Rubens Approbato Machado.

Um dos senadores presentes ao ato público, José Eduardo Dutra (PT-SE) manifestou sua preocupação de que se concretizem os boatos de que está sendo ensaiado um acordão para que os três senadores do PFL retirem suas assinaturas do requerimento. Ele opinou que se a CPI da Corrupção não for instalada, o Congresso ficará desmoralizado e a democracia enfraquecida. Já Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ter esperanças que o presidente Fernando Henrique Cardoso apóie a comissão mista. "Do contrário, a opinião pública vai entender que ele tem algo a temer", completou.

O presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva, concordou com Suplicy quanto à necessidade de o presidente Fernando Henrique facilitar a instalação da CPI da Corrupção para provar "que não tem culpa no cartório". Ele criticou o fato de Francisco Dornelles (PPB-RJ) ter deixado o Ministério do Trabalho para reassumir sua cadeira de deputado e, com isso, provocar a retirada da assinatura no requerimento da suplente Alcione Ataíde (PPB-RJ). Já o presidente da OAB, Rubens Approbato, comentou que o Brasil tem que perder a "doença da amnésia" e passar a ter memória "para impedir que o abafa de hoje seja o abafa de amanhã e que o acordão de hoje seja o acordão de amanhã", referindo-se às supostas manobras que o governo estaria fazendo para impedir a instalação da CPI.

09/05/2001

Agência Senado


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