Audiência pública discute propostas dos candidatos para o setor primário



A Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Frederico Antunes (PPB), realizou hoje(1.º de agosto) uma audiência pública com os postulantes ao Governo do Estado. Durante duas horas e meia, os candidatos Celso Bernardi (PPB), Germano Rigotto (PMDB), Júlio Flores (PSTU) e Aroldo Medina (PL) apresentaram suas idéias e planos de governo aos deputados e entidades representativas do setor primário gaúcho. Tarso Genro (PT) e Antônio Britto (PMDB) não participaram do evento.

Inicialmente, os candidatos tiveram cinco minutos para apresentar suas propostas. Depois, responderam a perguntas formuladas pelas entidades promotoras - Uvergs e Famurs - e apoiadoras - Federasul, Farsul, Fetag, Federarroz, Fecovinho, Fiergs, Ocergs e Fecoagro - da audiência. E, por último, foram questionados por parlamentares que integram a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo.

Temas como a reforma agrária, a liberação dos organismos geneticamente modificados (OGMs) e recursos para investimentos na infra-estrutura foram a tônica da audiência. Celso Bernardi defendeu as pesquisas com transgênicos e garantiu que seu governo não irá permitir invasões de terras. “Teremos tolerância zero com as invasões. Vamos criar um sistema de inteligência na Brigada Militar para impedir as ações do MST e, se eles chegarem antes, usaremos o poder de polícia para retirá-los das áreas invadidas’’, disse o pepebista. Ele ainda prometeu usar o Banco da Terra para fazer a reforma agrária municipalizada.

Rigotto também criticou as ações do PT, que, segundo ele, pouco fez para fortalecer o setor primário nos últimos quatro anos. E reclamou do clima de insegurança no campo. “O atual governo assumiu prometendo apoiar a agricultura e devolver a paz ao campo. E fez exatamente o contrário’’, afirmou o peemedebista, arrancando aplausos dos presentes.

Aroldo Medina prometeu que em seu governo não haverá invasão de terra e irá criar um grupamento da Brigada Militar para combater as ações dos abigeatários. “O homem do campo precisa ter tranqüilidade para produzir’’, disse.

Por sua vez, Júlio Flores criticou o Fundopem, que “só beneficiou grandes empresas como a GM e a Dell’’. Professor de ciências, ele ainda defendeu as pesquisas com transgênicos e a reforma agrária. “Vamos expropriar os latifúndios, principalmente, os improdutivos, e estimular os pequenos produtores rurais’’.

Ausência dos líderes das pesquisas foi cobrada

A ausência do ex-governador Antônio Britto (PPS) e do ex-prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), foi muito cobrada pelas entidades apoiadoras e promotoras do evento, que aconteceu no auditório Dante Barone. A não participação dos dois candidatos que pontuam as pesquisas eleitorais se refletiu no presença do público. Mesmo assim, cerca de 130 pessoas acompanharam a audiência pública. “Lamentamos muito as ausências. Os candidatos que vieram mostraram interesse pelo setor primário, o pulmão do Rio Grande’’, declarou Antunes.

O deputado lembrou que o segmento responde por cerca de 47% do PIB gaúcho, que em 2001 atingiu a cifra de R$ 92,9 bilhões. “Quem pretende investir em saúde, educação ou segurança precisa de arrecadação e o complexo industrial associado à produção primária é responsável por quase a metade das riquezas produzidas neste estado’’, complementou o presidente da Comissão de Agricultura.







08/01/2002


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