Aumenta impunidade em crimes contra jornalistas, alertam entidades
Os dez anos da morte do jornalista Tim Lopes, que serão completados dia 2 de junho próximo, e a morte de Décio Sá, em abril deste ano, foram citados como exemplos do crescente número de assassinatos de profissionais da imprensa no Brasil, durante audiência pública sobre violência contra jornalistas realizada nesta segunda-feira (28), pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). O debate foi realizado a pedido do senador Paulo Paim (PT-RS).
Apenas em 2012, foram quatro jornalistas que perderam a vida no exercício da profissão. As principais razões para esse crescimento são, de acordo com as entidades ligadas ao exercício do jornalismo, a negligência das empresas de comunicação, a falta de regulamentação da profissão e a impunidade.
De acordo com levantamento divulgado em abril pelo Comitê para Proteção de Jornalistas, sediado nos EUA, o Brasil é o 11º país do mundo em que os assassinatos de jornalistas mais ficam impunes. Conforme registra o documento, cinco mortes que ocorreram entre 2002 e 2011 ainda não resultaram em nenhuma condenação no país. O líder do ranking é o Iraque, onde 93 mortes no período não foram esclarecidas.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, os ataques a jornalistas representam uma afronta não apenas aos direitos humanos como também ao estado de direito.
- Os crachás de identificação de imprensa ao invés de proteger estão se transformado em espécie de alvo. O objetivo é desestruturar o estado, atacar a democracia – alertou o presidente da Fenaj.
28/05/2012
Agência Senado
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