Aumenta o interesse pelo debate da universidade estadual



A oitava audiência do Fórum Democrático, promovida pela Assembléia Legislativa, Coredes, Famurs e Uvergs, e realizada em Cruz Alta, na noite de sexta-feira, demonstrou o crescente interesse da sociedade gaúcha pela discussão envolvendo a criação da Universidade Estadual (UERGS). Além do grande número de participantes – mais de 500 - , foi em Cruz Alta que houve o maior número de inscritos para debater o tema. Vinte e cinco representantes de entidades dos mais diversos segmentos sociais, durante mais de uma hora, apresentaram seus pontos de vista e sugestões para os deputados, membros do Governo do Estado e especialistas em educação superior. Todos, sem exceção, manifestaram-se favoráveis a criação da UERGS. Entretanto, reconheceram a necessidade do aprimoramento de projeto encaminhado à Assembléia, pelo Executivo estadual. Dentre as principais preocupações dos debatedores estavam questões como a forma de acesso à nova universidade e a maneira como será assegurada a reserva de vagas para estudantes carentes; como irá se processar a escolha do reitor; a origem dos recursos para sua implantação e manutenção; as condições que serão oferecidas aos estudantes para que se mantenham na universidade, tendo atendimento no que se refere a alimentação, transporte, moradia e outras; os cursos que serão oferecidos; e a relação da UERGS com as universidades existentes. Também o reitor da URCAMP, Morvan Ferrugem, defendeu em seu pronunciamento a necessidade de melhorias no texto original do projeto. A principal delas refere-se ao artigo que prevê que a homologação dos Estatutos da UERGS seja feita pelo governador do Estado, por decreto. Para ele não basta apenas que a Assembléia Legislativa autorize, por lei, a criação da Universidade Estadual. “É preciso que o Parlamento gaúcho também participe da oficialização dos seus estatutos”. Se isto não acontecer, segundo Ferrugem, “os deputados estarão aprovando apenas uma carta de intenções, um projeto sem nenhuma definição”. O reitor da URCAMP cobrou do Estado, ainda, uma maior atenção às universidades comunitárias. O representante do Governo do Estado no encontro, professor Ricardo Rossato, que coordena a comissão técnica de implantação da UERGS, disse que o Governo está aberto a receber sugestões que enriqueçam o projeto original. “ A redação final, quem definirá será a sociedade gaúcha”, afirmou. Ressaltou, entretanto, que a maior contribuição recolhida nas audiências do Fórum Democrático é a unanimidade quanto a necessidade do Rio Grande do Sul contar com sua universidade pública. Segundo Rossato, a história comprova que as grandes nações de hoje tiveram no ensino superior o alicerce para o seu desenvolvimento. “O século XXI será o século do conhecimento, onde o cérebro das pessoas valerá mais do que o que elas tem debaixo de seus pés, e o Rio Grande, se quizer ocupar o seu espaço, deve preparar seus jovens para este desafio”, declarou. Outro aspecto salientado pelo representante do Governo referiu-se a utilização, pela UERGS, da estrutura de ensino superior existente e espalhada por todo o território gaúcho. Com isto, acredita, o Estado estará contribuindo para a fixação dos jovens em suas regiões de origem. “Hoje, Porto Alegre e Região Metropolitana detêm metade dos estudantes que cursam o terceiro grau no Rio Grande do Sul, o que eqüivale a mais de 100 mil pessoas, muitas delas vindas do interior do Estado”, informou Ricardo Rossato. Participaram da audiência de Cruz Alta os deputados Onyx Lorenzoni (PFL), presidente da Comissão de Educação e coordenador do encontro, Aloísio Classmann (PTB), Valdir Andres (PPB), Ronaldo Zulke (PT), Jussara Cony (PCdoB), Iara Wortmann (PMDB), Elvino Bohn Gass (PT) e José Gomes (PT), o prefeito de Cruz Alta, José Westphalen Corrêa, o presidente do Corede do Alto Jacuí, Luiz Pedro Bonetti, o vice-presidente da Uvergs, Silvestre Rebelato, e a reitora da Unicruz, Maria Baiocchi Amaral.

04/30/2001


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