Pobre perdeu mais com inflação



Pobre perdeu mais com inflação

Os aumentos concentrados dos preços de alimentos e das tarifas públicas fizeram a inflação de 2001 pesar mais no bolso da população de baixa renda do que no da classe média. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta dos preços para famílias com renda de até oito salários mínimos (R$ 1.440) ficou em 10,5% no ano passado. Este índice é 41,8% superior ao registrado para famílias com renda de até 40 salários mínimos (R$ 7.200) - 7,47%.

O custo de vida mais alto para os mais pobres também foi constatado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que costuma divergir em tudo do IBGE. O quadro promete repetir-se em 2002: somente as tarifas públicas deverão provocar metade da inflação projetada por especialistas para este ano.

A culpa, neste caso, é atribuída à forte variação do dólar no ano passado, que é repassada aos preços graças aos contratos de concessão assinados entre empresas e governos. (pág. 1 e 16)


  • O serviço militar obrigatório, antigo pesadelo de multidões de jovens a caminho dos 18 anos, hoje virou um atalho percorrido animadamente por quem pretende fugir do desemprego. O salário de R$ 180 e vagas em cursos profissionalizantes fazem dos quartéis uma atração para adolescentes. (pág. 1 e 4)


  • Um quarteto com sotaques nordestinos age para consolidar a candidatura presidencial de Roseana Sarney e esvaziar a de José Serra. O baiano Antonio Carlos Magalhães, o cearense Tasso Jereissati e o maranhense José Sarney, além da própria Roseana, movem-se nos bastidores para atrair outros governadores da região.

    "Serra não tem a simpatia do Nordeste", repete Antonio Carlos. Tasso e Roseana se acham discriminados pelo Ministério da Saúde. (pág. 1 e 9)


  • A entrada em operação, na sexta-feira, do Observatório Gemini Sul, nos Andes chilenos, oficializa a maioridade da astronomia nacional. Instalado a 2.270m de altitude, o laboratório, com equipamentos de observação ultramodernos, custou US$ 184 milhões a um consórcio de países.

    O Brasil contribuiu com US$ 5 milhões para garantir aos cientistas 16 noites de estudos por ano. (pág. 1 e 13)


  • A pequena Santa Maria Madalena, a 233 quilômetros do Rio de Janeiro, vem perdendo habitantes e sofre sérias carências econômicas e sociais. Mas se prepara para abrigar 25 famílias de refugiados, provavelmente originárias do Afeganistão, escolhidas em conjunto pela ONU e pelo Ministério da Justiça. (pág. 1 e 21)



    EDITORIAL

    "Fronteira Aberta" - Faltando apenas quatro meses para a eleição na Colômbia, o presidente Andrés Pastrana ameaçou lançar o Exército contra as Farc caso não se retirem da zona desmilitarizada que nos últimos anos serviu de sede às negociações de paz. (...)

    As autoridades de defesa do Brasil, juntamente com as da Venezuela, Equador e Peru, já foram informadas da possibilidade de retomada das ações de combate na área de distensão.

    Mas, à semelhança do Plano Colômbia, financiado pelos EUA para o combate ao tráfico de drogas, a possível retomada da luta aberta contra os guerrilheiros inevitavelmente provocará mais êxodo de plantadores e traficantes para os países vizinhos, entre os quais o Brasil e sua fronteira amazônica.

    (...) Os EUA já declararam que apoiarão "qualquer decisão" de Pastrana. Mas sempre há uma brecha para o diálogo. E é aí que cresce o papel dos países vizinhos, principalmente do Brasil, interessados na delimitação - e também na solução - do conflito colombiano. (pág. 10)



    COLUNAS

    (Coisas da Política - Dora Kramer) - Dois anúncios feitos pelos tucanos logo depois de uma reunião que tiveram em Brasília na quarta-feira - o de que a candidatura de José Serra será lançada na quarta-feira e que o ministro em breve tempo procurará Tasso Jereissati - podem sofrer revezes. O primeiro tem mais chance de se confirmar.

    Tudo vai depender do exame da situação que seria feito neste fim de semana, levando em consideração três fatores: a conclusão do cronograma de saída do ministério, o preparo de um discurso que obtenha boa repercussão e a análise sobre a oportunidade do lançamento. Se tudo isso for bem equacionado, a data do dia 16 fica confirmada. Senão, será adiada, mas por pouco. (...) (pág. 2)


    (Informe JB - Ricardo Boechat) - Um relatório da Receita Federal informa que a fiscalização de empresas por sonegação de impostos, ano passado, ficou aquém da meta.

    Foram autuadas apenas 11,8 mil, 21% abaixo do previsto.

    Com as pessoas físicas a história foi outra.

    Quase 9,5 mil caíram nas garras do Fisco, 12% acima do programado.

    O Leão, no Brasil, gosta é de comer gente. (pág. 6)


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    01/13/2002


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