AUSÊNCIA DE MUDANÇAS NO AJUSTE PODE TRAZER PREJUÍZOS AO GOVERNO, PREVÊ ACM
Em entrevista à Rádio Bandeirantes de São Paulo, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, previu hoje (dia 25) que o governo terá "prejuízos políticos" caso consiga aprovar as medidas do ajuste fiscal tal como foram editadas.
O senador defendeu o direito de o Congresso Nacional mudar as medidas, visando aprimorá-las, lembrando que oLegislativo "não é um mero carimbador" dos projetos enviados pelo Executivo.
O presidente do Senado indicou as propostas de aumento no imposto de renda das pessoas físicas, juntamente com a retirada dos vales para alimentação e transporte e, ainda, a supressão de incentivos à cultura, como "uma soma que se torna insuportável".
Na avaliação de Antonio Carlos, os prejuízos políticos do governo em procurar manter as medidas como formuladas pela área econômica atingirão "inclusive o presidente Fernando Henrique Cardoso".
O senador voltou a desmentir noticiário segundo o qual ele aspira à presidência da República e reafirmou que o candidato de seu partido é Fernando Henrique.
Sua insistência em aprimorar as medidas provisórias, e em particular a que trata do imposto de renda, suprimindo o artigo que aumenta a carga tributária para as pessoas físicas, é citada pelo senador como exemplo de seu engajamento na campanha pela reeleição do presidente da República.
- Para que ele seja vencedor, eu trabalho inclusive tentando evitar que cometa erros - explicou.
As divergências com o governo, na questão do imposto de renda, não levarão a um rompimento, destacou Antonio Carlos em sua entrevista à Rádio Bandeirantes, "mas levarão a uma maior identificação minha com a população que com o presidente da República".
O senador recordou que o aumento do salário mínimo de R$ 70,00 para R$100,00, no ano passado, também resultou de uma luta pessoal sua "contra a posição do governo". Ele espera sair vitorioso desta vez, lembrando que o Congresso está trabalhando, "fazendo seu dever de casa e fazendo o dos outros, que deveriam mandar medidas melhores".
25/11/1997
Agência Senado
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