Azeredo critica empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES a Cuba
Em entrevista à Agência Senado, nesta terça-feira (15), o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) questionou o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar a abertura de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para Cuba. Os recursos, de R$ 1 bilhão, serão aplicados em obras de infra-estrutura naquele país.
Vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), Eduardo Azeredo disse que seu protesto se prende principalmente à informação de que os recursos do BNDES servirão para a construção de rodovias e hotéis naquele país, "enquanto o Brasil permanece com suas estradas federais em condições críticas e com o turismo comprometido por falta de acesso rodoviário".
-Ora, vão utilizar recursos do BNDES, que serviriam para investimentos dentro do Brasil, para fazer diplomacia com Cuba. Enquanto isso, o governo vem atrasando a distribuição das concessões para o primeiro lote de rodovias federais a serem privatizadas - reclamou, lembrando que as Parcerias Público-Privadas (PPPs), previstas para melhorar a malha rodoviária da União, ainda não foram concretizadas.
Diplomacia
Para Eduardo Azeredo, a política do Brasil para Cuba via Petrobras e a estatal cubana de petróleo Cupet - estabelecida em acordo assinado entre os dois países para a prospecção de petróleo em águas profundas do Caribe cubano - já constitui um passo diplomático importante "por não comprometer recursos que o Brasil necessita para seus próprios investimentos".
O parlamentar defende, entretanto, a inclusão de uma ressalva neste acordo: a garantia de que o governo cubano vai respeitar e honrar seus compromissos com a estatal brasileira. A cautela serviria para evitar o que aconteceu na Bolívia, onde o governo do presidente Evo Morales tratou de estatizar refinarias da Petrobras.
Ainda segundo observou Azeredo, existe um grande potencial no mercado do etanol a ser explorado pelos dois países, já que Cuba é um grande produtor de cana-de-açúcar, matéria- prima para essa alternativa de combustível.
Ao final da entrevista, o senador criticou o chanceler brasileiro Celso Amorim por este ter declarado, na Guatemala, que o Brasil ainda não classifica as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) como grupo terrorista.
16/01/2008
Agência Senado
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