Azeredo defende CPI para desvendar o que está por trás de denúncias



Com base em artigos publicados no Jornal do Brasil desta quarta-feira (18), o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) defendeu a importância de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos relacionados às denúncias contra o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz.

- Os artigos mostram que não se sabe muito bem ainda o que se esconde por trás dessas denúncias do escândalo que contamina o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste momento. A CPI, com uma presença atuante da oposição, seria um bom lugar para apurar os fatos - ponderou Azeredo.

Em um dos artigos, o jornalista Villas-Bôas Corrêa lamenta que o governo do presidente Lula esteja tentando fugir da CPI para apurar as irregularidades, "tropeçando em incorreções éticas". Os argumentos apresentados pelo governo para que não haja CPI, afirma o jornalista, pioram a sua situação.

- Trata-se de uma jogada perigosa. Pois nem o governo, nem ninguém, além da dupla de vigaristas (Waldomiro e o empresário do jogo Carlinhos Cachoeira), sabe o que se esconde por trás das primeiras revelações. Só uma CPI teria condições de levantar o histórico da atuação de Waldomiro nos anos de íntima convivência com governos - afirmou.

O jornalista e ex-deputado federal pelo PT Milton Temer afirma em outro artigo citado por Azeredo que a história não está bem contada. Ele diz não entender como o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pôde ter dado tanto espaço a Waldomiro, que era visto com reservas por todos.

- Se Waldomiro agia com voracidade numa empresa lotérica estadual, quem garante ter suspendido a prática no novo e privilegiado espaço que passou a ocupar? O alvo real do ataque só pode ser José Dirceu - declarou Temer.

O jornalista avalia que as denúncias para atingir Dirceu são parte de retaliação de grupos poderosos inconformados com o rompimento de um determinado acordo ou por terem grandes interesses prejudicados.

- Resumo da ópera: no balanço de perdas e ganhos, José Dirceu está no limbo. Palocci (o ministro da Fazenda, Antônio Palocci) continua nos tapetes vermelhos. Para a guinada do PT se tornar irreversível, não seria bom que Dirceu fosse fritado no fim de semana? - questionou Temer.



20/02/2004

Agência Senado


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