Azeredo: especulações sobre interesse da coalizão no petróleo iraquiano vêm aumentando



Para o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o fato de até o momento não terem sido encontradas armas de destruição em massa no Iraque aumenta as desconfianças de que o interesse no petróleo está por trás da guerra.

Durante a audiência pública com os embaixadores dos Estados Unidos e do Reino Unido, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Azeredo disse que a posição do Brasil contrária à guerra deve ser analisada levando-se em consideração que o país apoiou a primeira guerra no Golfo Pérsico, em 1991, e a guerra contra o terrorismo, numa forte reação contra os atentados do dia 11 de setembro de 2001, que chamou de -crime contra a humanidade-.

Da mesma maneira, o senador Marcelo Crivella (PL-RJ), vice-presidente da CRE, considera a posição unilateral tomada pelos dois países de promover a guerra contra o Iraque um paradoxo e uma incoerência.

- É com tristeza que vemos a nação que tanto amamos se envolver em um conflito que tem tanta relação com interesses geopolíticos. As questões da guerra vão ficar claras na reconstrução do Iraque. Os erros são proporcionais ao poder que temos. Espero, um dia, ver os Estados Unidos reconhecer suas fraquezas e, assim, demonstrar sua força - afirmou Crivella, citando o apóstolo Paulo.

Vítimas

Além da preocupação com os inocentes que morreram e que ainda estão sob ameaça no Iraque, Azeredo quis saber dos embaixadores acerca das ações que estão sendo empreendidas para preservar o patrimônio cultural da humanidade, tendo em vista que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) alertou para o risco dos ataques.

A senadora Patrícia Saboya (PPS-CE) manifestou a sua preocupação com o respeito aos tratados e acordos internacionais para que jovens com menos de 18 anos não participem e sejam preservados em conflitos armados. Depois de ter ouvido, na véspera, um relato dos horrores da guerra no Iraque de um representante da Cruz Vermelha Internacional, a senadora disse que, como mulher, pedia aos embaixadores que todos os esforços fosse colocados em prática para proteger as crianças que, pelas imagens que chegam ao Brasil, estão sendo mortas, feridas ou ficando órfãs.

Com a delegação de ser o -portador da voz das ruas-, o senador Eurípedes Camargo (PT-DF) relatou aos embaixadores que as pessoas não compreendem o porquê da imposição da vontade por meio da guerra.

- Como é que se combate um ditador sanguinário com mais sangue? - questionou.



03/04/2003

Agência Senado


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