Azeredo pede apoio público a produtores atingidos por crise da Parmalat
O agravamento da crise da Parmalat, em atraso com o pagamento de salários de seus funcionários e de dívidas com fornecedores no Brasil, levou o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) a apelar por uma ação mais rápida do governo no sentido de tranqüilizar e dar suporte ao setor leiteiro nacional. A preocupação de Azeredo foi reforçada depois que a matriz da Parmalat, em Milão, divulgou nota oficial informando que não irá saldar os R$ 14 milhões devidos aos produtores brasileiros.
A situação dos pequenos e médios produtores é a que mais aflige o senador tucano. Conforme observou, a atual crise se abate sobre o setor no auge da estação mais produtiva, quando, apesar da vulnerabilidade de preços suscitada pelo maior volume de produção, é possível obter uma receita mais expressiva. Ele alertou que a dificuldade enfrentada pelo setor leiteiro pode não repercutir apenas na insolvência de produtores, mas comprometer toda a atividade rural do país.
- Em Minas Gerais, certamente as repercussões sociais, se a crise não for bem conduzida, podem ser muito graves - previu, lembrando que o estado tem uma produção leiteira anual de 6,5 bilhões de litros e fornece quase um terço do leite produzido no país. Além de Minas, os estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco serão os mais prejudicados pela crise da multinacional italiana.
Na opinião do senador, o governo está subestimando a necessidade de informação, o mal-estar no meio rural e o potencial do impacto negativo sobre as esferas econômica e social da crise da Parmalat. Ao cobrar ações mais rápidas nesse episódio, recordou que as dificuldades financeiras da empresa italiana vieram a público em dezembro, com o calote de uma dívida de 150 milhões de euros e a descoberta de um rombo em sua contabilidade.
03/02/2004
Agência Senado
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