Renan pede medidas emergenciais para amenizar crise da Parmalat
Ao comentar que a crise da Parmalat está impondo graves prejuízos ao setor leiteiro brasileiro, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sugeriu ao governo algumas medidas emergenciais que amenizem as dificuldades de milhares de brasileiros que dependem da atividade para sua sobrevivência. Uma das alternativas, enumerou, seria a compra de parte do leite em pó recebido pelas cooperativas do setor como pagamento de dívidas da empresa.
- O leite poderia ser usado pelo Fome Zero para distribuição à população atendida pelo programa, por exemplo. Ainda nos encontramos muito aquém do consumo mínimo sugerido pela Organização Mundial de Saúde, 80 litros por pessoa a cada ano, já que o nosso consumo médio está em torno de 36 litros por pessoa/ano - afirmou Renan Calheiros.
Outra medida sugerida pelo senador por Alagoas foi a abertura de empréstimos do governo federal para a compra do excedente do leite disponível no mercado. Ele explicou que, com os recursos, o produto poderá ser adquirido e estocado pelas cooperativas e indústrias do setor para que seu preço possa ser assegurado. Esta medida, segundo estimou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, implicaria um investimento de R$ 500 milhões no ano, sendo R$ 300 milhões até março.
Os produtores, segundo Renan Calheiros, estão reclamando da dificuldade de negociação com os bancos para a liberação dos empréstimos do governo federal. Ele informou que os bancos vêm exigindo garantia real, aval e recebíveis para liberar dinheiro aos produtores.
- É preciso combinar ações de curto prazo para evitar prejuízos aos agricultores que fornecem leite para a Parmalat e, ao mesmo tempo, trabalhar com medidas capazes de sustentar a renda do conjunto da cadeia leiteira brasileira. São cerca de 500 mil agricultores familiares produtores de leite no mercado formal e outros 500 mil no mercado informal, que representam 52% da produção brasileira - analisou Renan Calheiros.
16/02/2004
Agência Senado
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