Bello Parga defende Roseana Sarney e Jorge Murad
O senador Bello Parga (PFL-MA) pediu "providências governamentais" com vistas a esclarecer o cumprimento, pela Polícia Federal, de mandado judicial de busca e apreensão executado na sede da empresa Lunus Serviços e Participações Ltda., de propriedade da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e de seu marido, o secretário de Planejamento do estado, Jorge Francisco Murad Júnior.
- Que venham as providências governamentais, porque um órgão do governo federal - no caso, a Polícia Federal - está envolvido nessa manobra eleitoreira - disse Bello Parga da tribuna do Plenário nesta segunda-feira (4).
O parlamentar ressaltou que as decisões judiciais ocorrem somente agora, quando a governadora começa a se destacar nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República. E acrescentou que seu partido ainda está examinando a questão, mas muitos de seus líderes já se anteciparam, manifestando-se pela não aceitação da maneira como tudo foi realizado, "com inegável conotação política".
Parga leu ainda nota divulgada por Jorge Murad em relação ao episódio, para "comunicar ao Senado e ao Brasil o que está se passando na capital do meu estado". Acrescentou, porém, que o povo maranhense "não precisaria desses esclarecimentos": segundo ele, todas as pesquisas sobre a aceitação do governo de Roseana Sarney registram "um apoio de mais de 80%".
Na nota lida pelo senador, Murad diz que a ação policial lhe "causou estarrecimento" e afirma não ter conhecimento de qualquer processo tramitando no Tocantins contra ele ou contra a Lunus. Pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça, o secretário estadual disse que não sabe do que está sendo acusado nem do que deve se defender.
Murad afirma, na nota, sua surpresa com o fato de a revista semanal Época divulgar todos os detalhes do segredo de Justiça um dia depois da ação policial. Ele relata que, segundo a revista, a prova mais contundente contra a Lunus teria sido encontrada um ano antes, no escritório da empresa A. C. Rebouças, de São Luís, que seria encarregada da contabilidade da Lunus. Segundo Murad, tal fato é inverídico, já que a contabilidade da empresa é feita pelo contador Augusto Sampaio.
O secretário chama ainda de "despautério" a acusação de que teria empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal no Caribe. A nota também rechaça a ligação da Lunus com a empresa Nova Holanda Agropecuária, localizada em Balsas (MA) e beneficiária de verbas da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Ele reconhece, no entanto, que a Lunus foi sócia da Agrima Agricultura e Pecuária Ltda. entre agosto de 1993 e janeiro de 1994. A Agrima também foi acusada de ser beneficiária de financiamentos irregulares da Sudam, em período posterior à sociedade com a Lunus. Na nota, Jorge Murad afirma ainda que Murad tomará "providências para que tudo seja investigado, divulgado e feito com o mais amplo conhecimento da opinião pública".
04/03/2002
Agência Senado
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