BENEDITA CRITICA ATUAÇÃO DO GOVERNO DO RIO
Um déficit escolar de 1,14 milhão de vagas e o maior percentual de demissões (10,7%) entre os estados brasileiros foram as duas principais críticas feitas em discurso pela senadora Benedita da Silva (PT-RJ) à condução política e econômica que vem sendo promovida pelo governo fluminense. Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do balanço anual feito pelo jornal Gazeta Mercantil, a senadora apresentou indicadores sociais que traçam um quadro sombrio da realidade atual de seu estado.
Benedita qualificou como "sobreviventes" 66% dos 12,8 milhões de habitantes do estado, somados os 42% de pobres com 24% de miseráveis. Ressaltou que 2 milhões de pessoas não dispõem de abastecimento de água no estado e outras 3 milhões não têm acesso ao saneamento básico.
A dependência dos serviços públicos de saúde pela população também foi destacada pela senadora. Os números do IBGE utilizados por ela indicam que houve, em 1990, 78 milhões de consultas nos hospitais públicos e 30 milhões nos ambulatórios particulares.
A senadora lamentou que os recursos obtidos com as privatizações de 26 empresas estatais não estão sendo utilizados na prestação de serviços de educação básica, saúde pública, segurança e habitação popular, como fora anunciado.
- Não obstante, o prioritário, para o governador e para o presidente, parece ser a reeleição, remanescendo os problemas da área social em plano secundário - afirmou Benedita.
Entre janeiro e julho do ano passado, foram demitidos 10,7% dos trabalhadores fluminenses, contra a média nacional de 5,6%. Em São Paulo, segundo lugar entre os estados que mais demitiram, foram dispensados 7,9% dos trabalhadores. Em Minas Gerais, o índice não passou de 1,9%.
A senadora disse ainda que três quartos da receita total do estado, estimada em R$ 4,7 bilhões, estão comprometidos com custeio e despesas correntes.Sobram 22% para investimentos e 3% para outras despesas.
27/03/1998
Agência Senado
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