BENEDITA DA SILVA APÓIA LUTA CONTRA A AIDS



Ao registrar a passagem do Dia Mundial de Luta contra a Aids, a senadora Benedita da Silva (PT-RJ) ofereceu nesta terça-feira (dia 1º) seu apoio ao Ministério da Saúde para que as campanhas de combate à doença sejam efetivamente capazes de sensibilizar a população. Em sua opinião, "alguma coisa parece estar errada nessas campanhas", visto ser inexplicável registrar-se o descontrole da doença, ao mesmo tempo em que a ciência tem feito tantas conquistas nesse campo.Na opinião da senadora, as campanhas têm sido questionadas pelo excesso de timidez, daí por que não sensibilizam os jovens, que continuam negligenciando os preservativos, repassando a doença para terceiros e usando drogas injetáveis. "Hoje, existem medicamentos novos e mais eficientes no combate ao vírus, mas a prevenção tem-se revelado um verdadeiro desastre", disse a senadora.Ela questiona se, diante da indiferença do povo brasileiro para com essas campanhas, não seria o momento de o Ministério da Saúde ousar mais e ser mais realista, a fim de conseguir a conscientização da população. Benedita considera importante a educação da comunidade para o fato de que o risco de contrair a doença é de todos e também para que se tire da Aids o estigma de doença que atinge apenas grupos de risco."Somos todos grupo de risco", advertiu a senadora, lembrando que a doença avança entre jovens e mulheres, atingindo proporções alarmantes nos países pobres. Conforme Benedita, a Aids já atinge 33 milhões de pessoas no mundo, e no Brasil já infectou cerca de 116 mil. Ela disse que, nos últimos sete anos, os heterossexuais passaram a representar 48% dos casos da doença contraídos por transmissão sexual, quando de 1980 a 1991, representavam apenas 10% desse total. PRIVATIZAÇÃONo mesmo discurso, Benedita da Silva rechaçou a idéia de privatizar-se a Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Em sua opinião, vender a companhia no final de um governo não seria ético e prejudicaria o estado, até porque o governador recém-eleito, Anthony Garotinho, já manifestou sua posição contrária a essa alienação. Conforme a parlamentar, sindicatos, organizações da sociedades e toda a bancada do Rio de Janeiro no Senado têm-se manifestado contrários a essa privatização, daí por que se ela se concretizar significará "um profundo desrespeito com aquela população".A senadora também disse não pactuar com as agressões promovidas por estudantes do Rio de Janeiro contra a esposa do presidente da República, dona Ruth Cardoso. "Não compactuamos com essas agressividades nem reconhecemos que elas sejam o pensamento majoritário estudantil", afirmou Benedita da Silva, para reconhecer, contudo, que existe uma insatisfação com o governo. Também disse que o PT vem demonstrando essa insatisfação no trabalho de suas bancadas no Congresso e por movimentos organizados da sociedade civil. Ela considerou perigoso atribuir ao PT a responsabilidade pelas agressões contra dona Ruth Cardoso e sustentou que esse partido "tem transparência ideológica e não age na clandestinidade". Em aparte, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ), que no início da sessão condenara a agressão estudantil, afirmou que, em nenhum momento, responsabilizou o PT pelas hostilidades. Ele explicou ter aludido à existência de um caldo de cultura capaz de levar a oposição aos limites da atitude insurrecional. E sustentou: "É claro que isso não corresponde aos setores mais conseqüentes do seu partido".

01/12/1998

Agência Senado


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