BENEDITA DESTACA O PAPEL DAS ARTES
Ao falar hoje (dia 12) durante a comemoração, pelo plenário do Senado, do Dia das Artes, asenadora Benedita da Silva (PT-RJ) lamentouque essa manifestação cultural não tenha lugar na política quando, em sua opinião, "a política é feita de grandes artes".
A senadora disse que se recusa a ver apenas o aspecto utilitarista da arte, apesar de essa "ter sido usada para fomentar revoluções ou para manter regimes despóticos, para alimentar as esperanças dos desesperançados ou para confirmar a autoridade de opressores".
No Brasil, destacou Benedita da Silva, a tentativa de controlar a arte e os artistas teve uma de suas fases críticas na criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o famoso DIP, no primeiro governo de Getúlio Vargas,e quando da censura imposta pelo regime militar. No entanto,segundo a senadora, "tais amarras não foram capazes de evitar que os espíritos libertários dos artistas continuassem a atuar e a produzir".
Sobre a resistência à censura imposta, ela citou a atriz Dercy Gonçalves "como um exemplo vivo de força e expressão e de liberdade" e lembrou a encenação da peça Palmares, que destacou a figura do líder negro Zumbi, em 1944, no Teatro Experimental do Negro, cujo grupo se propunha a resgatar o papel do negro na história brasileira.
- Falar do Teatro Experimental do Negro e não falar do senador Abdias Nascimento seria cometer uma grande injustiça. O senador foi quem levou essa cultura aos palcos para que pudéssemos sentir a força e o gênero que a arte negra trouxe ao teatro brasileiro - afirmou.
Benedita da Silva destacou também o papel desempenhado por vários outros artistas brasileiros como Lea Garcia, Grande Otelo, Paulo Autran, Zezé Motta e Antonio Pitanga, assinalando que lembrar esses nomes significa que "temos memória neste país".
12/08/1997
Agência Senado
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