Benefícios fiscais chegarão a R$ 33 bi








- Benefícios fiscais chegarão a R$ 33 bi

- Incentivos fiscais, isenções e renúncias tributárias custarão ao País R$ 32,975 bilhões em 2003, informa Josias de Souza. O valor equivale a 2,34% de toda a riqueza a ser produzida no Brasil, já que o PIB previsto para o ano é de R$ 1,4 trilhão.

Só a Receita Federal será privada de R$ 23,9 bilhões, ou 10,6% do que o Fisco espera arrecadar no ano que vem. No Imposto de Renda, beneficiadas com deduções de despesas médicas e gastos com educação, as pessoas físicas deixarão de recolher R$ 9,1 bilhões; as empresas, R$ 3,8 bilhões.

Com um déficit de R$ 17 bilhões a R$ 20 bilhões ao ano, a Previdência renunciará à arrecadação de R$ 9,018 bilhões. Entidades filantrópicas deixarão de pagar R$ 2,177 bilhões.

A região Sudeste receberá a maior fatia dos benefícios resultantes de isenções de tributos cobrados pela Receita: R$ 11,6 bilhões (48,5% do total), contra R$ 3 bilhões destinados ao Nordeste (12,61%).

O setor econômico mais beneficiado será a indústria, no valor de R$ 6,3 bilhões. (pág. 1 e A4)

- Pouco mais de dois meses depois do início oficial da disputa pela Presidência, os quatro principais candidatos gastaram, até agora, R$ 36,98 milhões no total.

Quem mais gastou foi José Serra (PSDB), com R$ 16,26 milhões. Em seguida aparece Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que consumiu R$ 11,74 milhões. Depois vêm Ciro Gomes (PPS), com R$ 6,68 milhões, e Anthony Garotinho (PSB), com R$ 2,3 milhões. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 1)

- As campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) recolheram munição pesada uma sobre a outra como forma de "guerra fria".

A equipe de Serra colheu críticas de Lula a Itamar Franco e José Sarney, que agora o apóiam. O PT recebeu dados financeiros e transações imobiliárias de parentes de Serra. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 7)

- Candidatos nestas eleições têm utilizado o Botox - substância que atenua rugas - para tentar melhorar a imagem.

"Quércia é um que não tem mais nem um risco na cara", diz o marqueteiro de José Serra, Nelson Biondi. "O que é isso?", pergunta o candidato, que assume usar produto para escurecer os cabelos. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 12)

- Cenário do maior massacre de presos da história do País, em 1992, e epicentro da megarrebelião carcerária do ano passado, o complexo do Carandiru será desativado hoje, 46 anos e quatro dias depois de sua inauguração.

Em seu lugar, será construído um parque público. A desativação, com a transferência de detentos para prisões menores, agrava o problema da superlotação no estado, que tem um déficit de 27,5 mil vagas. (pág. 1 e C1)

- A cidade de São Paulo tem apenas 237 funcionários para fiscalizar o cumprimento da lei de zoneamento, entre outras atribuições. Atualmente, esses fiscais praticamente só conseguem atender a denúncias. Esse déficit pode até prejudicar a implantação do Plano Diretor.

A prefeitura contratou novos fiscais, que ainda não têm autorização para atuar, e planeja mudar o atual modelo. (pág. 1 e C8)

- A doutrina de ataques preventivos defendida pelo presidente George W. Bush viola expressamente as atuais regras internacionais, que restringem o direito à autodefesa e reservam ao Conselho de Segurança da ONU a decisão sobre o uso da força, avaliam especialistas em direito norte-americanos.

Para eles, como os EUA não correm risco de sofrer sanções, a discussão tem natureza política, e não jurídica. (pág. 1 e A14)

- "A realidade central do século 21, conforme deixam claro a expansão do terrorismo e a vulnerabilidade dos EUA, é que nosso mundo é globalmente interdependente, mas está longe de ser integrado. Será preciso uma estratégia com raízes num compromisso de fazer o mundo avançar rumo à integração." (Bill Clinton) (pág. 1 e A15)

- Quem tem medo de "Fernandinho Beira-Mar"?

Eu, tu, ele, nós e, principalmente, eles: os candidatos. Se Benedita morre de medo, Lula igualmente. Se FHC também teme, Serra igualmente. E Garotinho tenta jogar para eles justamente para fingir que não teme, como se fosse possível.

Todos temem o efeito da matança de Bangu 1 nas próprias campanhas, porque a culpa pela guerra que grassa no Rio, e não só no Rio, é de todos. O único que não precisa recear o efeito eleitoral direto da rebelião comandada por "Beira-Mar" é Ciro Gomes. Mas nem isso ele soube capitalizar.

Em vez de discutir no seu programa eleitoral a violência, o desmando e o Estado paralelo que, no mínimo, constrangem seus adversários, o candidato da Frente Trabalhista preferiu entrar numa seara delicada: a doença de Patrícia Pillar. (...) (Eliane Cantanhêde) (pág. A2)


Colunistas

PAINEL

O PT passará a fazer campanha pelo voto útil contra José Serra (PSDB), caso Lula chegue a 43% nas próximas pesquisas (está com 40% do Datafolha). O presidenciável tentará atrair eleitores de Ciro e de Garotinho para vencer no primeiro turno.

  • O comitê de Serra trabalha com a avaliação de que é quase impossível Lula vencer no primeiro turno. Um eventual movimento do PT pelo voto útil atrairia a ira de Ciro e Garotinho contra o presidenciável petista.

  • Publicamente, o discurso é um. Mas, nos bastidores da campanha, já tem dirigente petista reivindicando ministérios e cargos de primeiro escalão em um eventual governo Lula. Já houve até troca de cotoveladas entre economistas do partido.

  • Serra disse a interlocutores que não irá ao debate da TV Globo, no dia 3 de outubro, se até lá tiver aberto uma vantagem confortável sobre Ciro e Garotinho e que garanta sua presença no segundo turno contra Lula. (pág. A4)


    Editorial

    DESIGUALDADE RENITENTE

    A pesquisa sobre as condições sociais e econômicas das famílias brasileiras recentemente divulgada pelo IBGE traz informações à primeira vista conflitantes. Vários dados levantados pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), relativos a 2001, retratam a continuidade de um avanço, lento, mas progressivo, do acesso a bens de consumo duráveis, à escola, à rede de esgotos. Em paralelo, no entanto, a renda média real dos trabalhadores prosseguiu em queda, acumulando retração de 10,3% entre 1996 e 2001.

    Mais um paradoxo é que essa queda da renda dos trabalhadores foi acompanhada por ligeiro recuo da concentração de renda. Segundo o IBGE, aumentos reais do salário mínimo nos últimos anos (concedidos a partir de pressões do Congresso Nacional) podem ser importantes para explicar esse contraste. (...) (pág. A2)


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    09/15/2002


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