BNDES prorroga prazo de empréstimo para salvar Varig



O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, informou que o banco prorrogou até quarta-feira (17) o prazo para receber proposta para o empréstimo de US$ 250 milhões a empresas interessadas em participar do leilão da Varig. Fiocca participou, nesta terça-feira (16), de audiência pública conjunta realizada pelas comissões de Serviços de Infra-Estrutura (CI), de Assuntos Sociais (CAS), de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).

Demian afirmou que essa decisão do BNDES atende a pedido dos gestores da Varig. A empresa, explicou Demian, precisa desses recursos para continuar em operação até o leilão que deverá ser realizado nos próximos 60 dias. A Varig deverá ser dividida em duas empresas - uma ficará com as dívidas enquanto a outra será vendida em leilão, informou o presidente do BNDES.

A reunião, presidida pelo senador Heráclito Fortes (PFL-PI), contou com a participação do governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que elogiou o papel do BNDES nas negociações para resolver a crise da Varig. Rigotto disse que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem recente, e entende que o governo federal participará da solução para a salvar a empresa.

Com essa solução, a maioria dos empregos dos trabalhadores da Varig será preservada, segundo os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Pedro Simon (PMDB-RS). O secretário da Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, Adacir Reis, e ocoordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig, comandante Márcio Marsillac, debateram a questão das aposentadorias e benefícios dos funcionários ativos e inativos da Varig.

Marsillac disse que contribuiu por 18 anos com cerca de 12% do seu salário para o Instituto Aerus de Seguridade Social e agora está ameaçado de perder toda essa contribuição. A Aerus, entidade de previdência a qual estão associados os funcionários da empresa, está sob processo de intervenção e liquidação judicial, registrou Adacir Reis.

Os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Antônio Carlos Valladares (PSB-SE), entre outros, participaram da reunião. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que os funcionários possam contribuir com parte dos salários para levantar capital para a empresa em troca de participação nos lucros.

O secretário de Desenvolvimento e de Assuntos Internacionais do governo do Rio Grande do Sul, Luiz Roberto Pontes, disse que, ao investir recursos para salvar a Varig, o governo federal estará salvando dinheiro público.

- Os dois maiores credores da companhia são o governo, com mais de 60%de sua dívida total, e os trabalhadores - quer por salários e direitos não pagos, quer por falta de aporte ao Aerus para sua previdência complementar - explicou Pontes.



16/05/2006

Agência Senado


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