Jucá e Ideli lembram mobilização para salvar a Varig



Durante depoimento da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Ideli Salvatti (PT-SC) lembraram a mobilização do Congresso e da sociedade para evitar a quebra da Varig. Eles assinalaram que período que antecedeu a falência da companhia foi marcado por diversas tentativas para salvar a empresa e por pressão para que o governo agisse no sentido de evitar que a Varig encerrasse as atividades.

- Depois da quebra da Vasp, da quebra da Transbrasil, eram grandes os esforços para evitar a terceira falência de uma companhia aérea. Me lembro que houve um manifesto em favor da empresa, assinado por 80 senadores. Também é importante lembrar que já estava em vigor a Lei de Falência, que aprovamos em 2005, prevendo tentar salvar empresas em dificuldades - afirmou Ideli, acrescentando que a Varig foi a primeira empresa de grande porte cuja venda foi regida pela Lei de Falências.

No mesmo sentido, Jucá lembrou as manifestações de apoio à empresa e os muitos apelos recebidos de diferentes setores da sociedade.

- Havia o clamor político e o clamor popular para que a Varig continuasse voando. Era uma empresa de nome, presente no imaginário brasileiro - frisou Jucá.

No depoimento, a ex-diretora da Anac confirmou ter sido contra dispositivos da Lei de Falências que asseguram apoio financeiro a empresas aéreas em dificuldade.

Dossiê

Em resposta a questionamento de Romero Jucá, Denise Abreu afirmou ter sido vítima de pressão psicológica dois meses após sua renúncia à direção da Anac, quando teria recebido dossiê contendo dados sobre supostas transferências de recursos ao exterior feitas por ela. Ao negar todas as acusações, a ex-diretora disse que o documento visava intimidá-la e impedir que ela fizesse denúncias sobre favorecimentos no processo da venda da Varig.

- Levei o caso à Polícia Federal e à Polícia Civil de São Paulo e aguardo a identificação dos responsáveis pela elaboração do dossiê - informou.

Questionada por Ideli, Denise Abreu negou ter sofrido pressão direta da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante o processo de venda da Varig. A ex-diretora, no entanto, reafirmou ter sido contestada, por diversas vezes, em razão das exigências por ela impostas às empresas interessadas em comprar a companhia de aviação gaúcha.



11/06/2008

Agência Senado


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