Bolsista do CsF recebe prêmio internacional



Enquanto para muitas pessoas o termo "biologia sintética" é ainda desconhecido, a aluna do 4º ano do curso de ciências físicas e biomoleculares do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) Monique Freitas já recebe prêmios pela pesquisa realizada nessa promissora área da biologia.

Tudo começou em 2011, quando Monique se inscreveu no programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e foi selecionada para, no ano seguinte, estudar na Boston University (EUA) pelo período de um ano letivo.

Ela já tinha ouvido falar da International Genetically Engineered Machine (iGEM), competição internacional de engenharia de sistemas biológicos que reúne equipes de alunos de graduação e pós-graduação de diversos países para apresentar suas pesquisas.

Já em Boston, Monique procurou um laboratório na própria universidade que tivesse pesquisas nessa área. "Entrei em contato com um professor e manifestei meu interesse em participar da competição, foi quando ele me deu a oportunidade de estagiar no laboratório de biologia sintética da Boston University", conta.

Em maio, ela e mais um colega, o estadunidense Shawn Jin, formaram a equipe que participaria da iGEM, para desenvolver o projeto que, no futuro, seria um dos maiores destaques da competição.

Preparação

Por três meses, eles fizeram uma maratona de estudos para montar a pesquisa que apresentariam no iGEM. "Foi um período muito intenso e também de muito aprendizado. Durante minha iniciação científica no IFSC, eu trabalhei com nanotecnologia, sob a orientação do professor Valtencir Zucolotto. Nos Estados Unidos comecei a trabalhar com pesquisas relacionadas à biologia molecular, diferente daquilo que eu já estava mais familiarizada, portanto", conta a estudante.

Assista a apresentação da estudante:

A pesquisa teve como foco o desenvolvimento de ferramentas que possibilitem um rápido mapeamento dos três pilares básicos da pesquisa da biologia sintética: a criação de novas e diferentes sequências de DNA para construção de circuitos genéticos, a caracterização dos novos circuitos e, finalmente, a disponibilização das informações para outros pesquisadores da área. "Nosso trabalho mais intenso foi na primeira parte, que possibilitaria a otimização dos trabalhos realizados nessa área", explica Monique.

Em mais detalhes, o que Monique e Shawn fizeram foi introduzir uma técnica, descrita em um paper alemão, conhecida como clonagem modular, que tem diversas vantagens quando comparada às usualmente utilizadas, como diminuir expressivamente o tempo para junção das partes de DNA de organismos diferentes.

O reconhecimento

Depois de quatro meses após o início do estágio no laboratório de biologia sintética, chegou a primeira etapa da competição. A equipe de Monique apresentou seu projeto na competição regional do Leste dos EUA.

Foi nesta fase que o projeto se destacou e a equipe da pesquisadora brasileira foi uma das que conquistaram medalhas de ouro na competição, deixando para trás equipes formadas por estudantes de instituições como Yale University e Johns Hopkins University. "Nosso intuito em participar da iGEM era muito mais para aprender do que para contribuir com algo, pois os jurados só selecionam trabalhos que consideram de importante visibilidade para toda comunidade. Foi uma grande surpresa, pois nosso time tinha muitas limitações, a começar pelo número de participantes. O time do MIT**, por exemplo, era formado por 20 estudantes", relembra Monique.

O ineditismo do trabalho de Monique aliado ao fato de a estudante ter criado uma metodologia universal para o mapeamento de trabalhos de biologia sintética foram os principais fatores que levaram à sua vitória na primeira fase do iGEM. "Uma das principais características da competição é a apresentação de projetos com forte aplicação. No entanto, dentro das limitações que tínhamos, e com uma equipe formada por apenas duas pessoas, decidimos não ousar demais em nosso projeto. Por isso ficamos tão surpresos com a repercussão que ele teve", conta. "Todos os trabalhos são muito bem desenvolvidos e a parte científica não é deixada de lado. Por exemplo, tivemos que deixar documentado na internet o 'passo a passo' de todo nosso trabalho e, inclusive, o nossocaderno de laboratório disponibilizado, para que a veracidade dos experimentos pudesse ser constatada".

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



11/12/2013 15:39


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