Bornhausen diz que suposta tentativa de compra de dossiê dos Vedoin pode levar eleição a segundo turno



O senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) lamentou, em pronunciamento nesta terça-feira (19), os fatos da semana passada envolvendo membros do Partido dos Trabalhadores, a família Vedoin e a suposta tentativa de compra de um dossiê que prejudicaria os candidatos do PSDB a presidente da República e a governador de São Paulo. Bornhausen observou que tudo isso se deu apesar dos rigores advindos do aperfeiçoamento da legislação eleitoral.

VEJA MAIS

- Lamento que o país viva momentos tão tristes, que estão denegrindo a nossa história republicana. Essa tentativa de mudar o resultado eleitoral não dará certo. A sociedade está indignada e vai responder, e vamos ter segundo turno sim. Queremos um debate entre o nosso candidato e o presidente que patrocinou o "valerioduto", o "mensalão" e, agora, a "Operação Vedoin", para tentar liquidar a candidatura Alckmin/José Serra - disse Bornhausen.

O senador, presidente nacional do Partido da Frente Liberal, informou que a coligação "Por um Brasil Decente" (PSDB-PFL) tomou a iniciativa de entrar com um processo de investigação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) direcionado a: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "o beneficiário desta ação ilegal"; Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, que não estaria permitindo o acesso adequado ao processo e se mostraria mais um "criminalista a serviço do presidente"; Ricardo Berzoini, presidente do PT; Valdebran Padilha e Gedimar Pereira dos Passos, ambos presos com R$ 1,7 milhão e US$ 248 mil em dinheiro pela Polícia Federal; e Freud Godoy, apontado por Gedimar como quem autorizou a operação, "um novo Gregório Fortunato", nas palavras do senador.

Ele acrescentou que a atuação do ministro Márcio Thomaz Bastos tem que ser acompanhada e contou que recebeu, da parte de Luiz César Ramos Pereira, de um escritório de advocacia de São Paulo, a informação de que o advogado de Freud teria sido estagiário no escritório de Bastos e lá teria trabalhado como advogado júnior, o que ele iria confirmar.

- Respostas precisam ser dadas à nação estarrecida e indignada com fatos que vêm acrescentar mais uma mancha na história do governo Lula, em pouco mais de três anos e meio - observou ele.

O parlamentar comemorou ter sido o autor inicial do projeto de lei que aperfeiçoou o sistema eleitoral. O projeto sofreu alterações, mas, em sua essência, foi mantido, e se tornou a Lei 1.300 de 2006.

- O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu grande parte dos artigos do projeto aprovado e estamos vendo os resultados na campanha eleitoral: as cidades estão limpas, não vemos mais aqueles postes cheios de fotografias, a eleição ficou mais educada, com menos custos, e a transparência aumentou. Mas há os que não acreditam na lei, os que se consideram acima dela e não têm nem temor em usar dinheiro escuso para corromper e tentar alterar resultados eleitorais. Eles só se esquecem que essa lei é rigorosa nas penas - observou, citando o artigo 30 da lei eleitoral 9.504/97, cujo parágrafo 2o trata da negação do diploma (ou cassação do mesmo) quando houver comprovação de captação ou gastos ilícitos para fins eleitorais.

Em aparte, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC) cumprimentou Bornhausen pela ação rápida da coligação "Por um Brasil Decente".



19/09/2006

Agência Senado


Artigos Relacionados


Arthur Virgílio comenta suposta autorização do presidente do PT para compra de dossiê

Senadores repudiam tentativa de compra de dossiê contra tucanos

(Flash) - Covas adia internação para votar no segundo turno da eleição

Saturnino quer debate sobre concentração de renda no segundo turno da eleição presidencial

Dirceu lidera, mas eleição no PT pode ter 2.º turno

Motta: dinheiro para compra de dossiê pode ser irregular