Brasil deve cobrar da ONU mais agilidade na discussão sobre reforma do Conselho de Segurança



A três meses de concluir o mandato, o presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Joseph Deiss, deverá ser cobrado nesta segunda-feira (20), nas reuniões com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, sobre a reforma do Conselho de Segurança. O governo brasileiro propõe que os países em desenvolvimento tenham espaço garantido nos assentos permanentes e rotativos.

Deiss é um dos defensores da ampliação da atual estrutura do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A exemplo do Brasil, o presidente da Assembleia Geral quer a adequação do órgão ao cenário político mundial do século 21. A organização em vigência segue o modelo do mundo de seis décadas atrás, depois da 2ª Guerra Mundial.

Os países que têm assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas são a China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Nos lugares rotativos estão: Bósnia-Herzegovina, Alemanha, Portugal, Brasil, Índia, África do Sul, Colômbia, Líbano, Gabão e Nigéria.

Durante as reuniões, Deiss pretende ouvir detalhes sobre a política de direitos humanos adotada pelo governo Dilma. O Brasil, segundo diplomatas que acompanham o assunto, é elogiado nas Nações Unidas pelas posições que assume sobre o assunto.

Nos últimos meses, a ONU declarou ser contrária aos fatos registrados na Líbia, na Síria e na Bielorrússia em decorrência de ações violentas de forças do governo contra civis. Antes houve manifestações de repúdio a atos cometidos no Egito e no Irã.

Com as autoridades brasileiras, Deiss também conversará sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorrerá em 2012. Exatamente 20 depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), a Rio+20 pretende renovar o engajamento dos líderes mundiais no desenvolvimento sustentável do planeta.

O presidente da Assembleia Geral também pretende saber das autoridades brasileiras sobre os resultados dos esforços para alcançar as chamadas Metas do Milênio, fixadas em 2000. Há 11 anos, representantes de 191 países que integram a ONU fixaram metas que devem ser atingidas até 2015. O pacote envolve melhorias nas áreas da educação, saúde, meio ambiente e direitos das mulheres. Para as Nações Unidas, o exemplo do Brasil e os esforços do governo Dilma estão concentrados na erradicação da fome e da pobreza. O programa Brasil sem Miséria deve ser um dos temas a ser discutido por Deiss.

Joseph Deiss é a segunda autoridade do comando da ONU a visitar o Brasil em menos de uma semana. Nos últimos dias 16 e 17, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, esteve em Brasília, quando conversou com Dilma e vários ministros, além de parlamentares e representantes de organizações não governamentais.


Fonte:
Agência Brasil



20/06/2011 17:23


Artigos Relacionados


Brasil e países do G4 defendem reforma do Conselho de Segurança

Nepal apoia o Brasil na reforma do Conselho de Segurança da ONU

Brasil pede a Ban Ki-moon que priorize reforma do Conselho de Segurança e Rio+20

Brasil assume Conselho de Segurança da ONU e defenderá reforma da instituição

Simon apoia acordo do Brasil com o Irã e diz que Conselho de Segurança da ONU deve aceitá-lo

Vídeo | Brasil deve denunciar espionagem ao Conselho de Segurança da ONU, diz Randolfe