Brasil deve investir mais em pesquisa científica



O senador Tião Vianna lamentou que os investimentos do país em pesquisa representem apenas 1,2% do Pib nacional. Segundo o parlamentar, menos de 15% desse montante é financiado pelo setor privado ao passo eu em países como a Coréia do Sul essa relação é de 50% e nos Estados Unidos ultrapassa os 80%. O senador criticou o fato do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) destinar a maior parte da sua verba para os estados do Sul e Sudeste. O senador afirmou que 45% das bolsas de doutorado e 35% das bolsas de mestrado concedidas pelo CNPq são destinadas ao estado de São Paulo.

A história da instituição criada em 1951 pelo presidente Eurico Gaspar Dutra foi ressaltada pelo senador, para quem a CNPq teve papel fundamental no desenvolvimento da energia nuclear e na construção do primeiro acelerador de partículas no país na década 50. Tião Vianna disse que início dos anos 90 o órgão foi o responsável pela introdução da tecnologia da internet no Brasil. Hoje o CNPq é o principal financiador do telescópio Soar, primeiro em terra capaz de gerar imagens mais nítidas do que aquelas proporcionadas pelo famoso satélite americano Hubble.

A política de bolsas para mestrado e doutorado concedidas pelo CNPq proporcionou um aumento significativo do número de doutores no país que ao longo da última década pulou de mil para cinco mil. Mas mesmo assim o senador reivindica que os estados se conscientizem sobre a importância de destinar 12,5% da arrecadação do ICMS para o setor de ciência e tecnologia, conforme determina a lei.

Além de afirmar que a CNPq merece todo o respeito e admiração, o senador disse que somente com a parceria entre os setores públicos e privados será verdadeiramente possível colocar o Brasil no patamar científico que suas dimensões continentais exige.

19/04/2001

Agência Senado


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