Brasil é convidado a integrar conselho de agência da ONU para refugiados palestinos



O Brasil foi convidado nesta sexta-feira (17), pelo comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, o diplomata italiano Filippo Grandi, para participar como membro permanente do conselho. O diplomata esteve no País, nesta semana, na primeira missão oficial da agência em território nacional.

O convite de Grandi foi feito para o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, em Brasília, por contribuições permanentes do País sobre o tema. A integração terá de ser aprovada pelo governo brasileiro e ratificada em assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de Brasília, Grandi esteve no Rio Grande do Sul, em São Paulo e terminou hoje a visita no Rio de Janeiro.

Filippo Grandi elogiou a maneira como o País tem feito a integração de refugiados à vida cotidiana, com a participação de governos locais. O diplomata elogiou ainda os programas nacionais de apoio a populações de baixa renda.

Além de representantes da União e de governos estaduais, Grandi se encontrou com membros de entidades civis e firmou parcerias de cooperação técnica na área de saúde, com o Hospital Sírio-Libanês, e comércio, com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, ambas em São Paulo.

Histórico 

O Brasil contribui com a agência desde 2011, quando um pacote de ajuda ao povo palestino foi aprovado, em decorrência dos ataques do Exército de Israel à Faixa de Gaza em 2009. O pacote, com recursos de R$ 25 milhões, direcionou US$ 1 milhão em 2011 e US$ 7,5 milhões em 2012. O restante da ajuda será enviado à agência em 2013.

A comunidade árabe no País é estimada entre 12 milhões a 17 milhões de pessoas, segundo o coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, ministro Milton Rondó Filho. No país há cerca de 200 refugiados palestinos, oriundos do Iraque, que chegaram por intermédio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em 2007, e que não tem relação formal com a agência.

O Brasil teve contribuição histórica com a questão palestina. O diplomata brasileiro Oswaldo Aranha presidiu a sessão da ONU que criou os estados de Israel e da Palestina em 1947.

Fundada em 1949, a agência atende a cerca de 5 milhões de refugiados palestinos, 1,5 milhão dos quais reside em campos de refugiados no Líbano, na Síria, Jordânia, Cisjordânia e Faixa de Gaza.

Com um orçamento anual de US$ 1,2 bilhão, a agência tem tido dificuldades em manter seus programas de educação - que atendem a 500 mil jovens - e de saúde e assistência social. Grandi disse que a entidade ajusta as suas contas anualmente, com corte de gastos que vão de 10% a 20% dos recursos. O maior doador são os Estados Unidos, com US$ 239 milhões.

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Fonte:

Agência Brasil



17/08/2012 19:57


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