Brasil e Estados Unidos discutem retomada das exportações de carne



O Brasil deve voltar a exportar carne bovina processada aos Estados Unidos. A informação é do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Nelmon Oliveira da Costa. Representantes do órgão se reúnem nos próximos dois dias com diretores do Serviço de Inspeção Americano, em Washington (EUA).

 

No encontro, o governo brasileiro apresentará o resultado das análises dos planos de ação de 40% das empresas habilitadas à exportar para aquele mercado. Entre as medidas adotadas pelas indústrias está a seleção de fornecedores de bovinos para abate, além da participação em campanhas sobre o uso correto de medicamentos veterinários e análises de matérias que serão utilizadas na elaboração dos produtos finais.

 

A suspensão da carne brasileira nos EUA foi feita após as autoridades norte-americanas impedirem a entrada de um lote de carne processada do frigorífico JBS Friboi, no final de maio, sob alegação de que continha o vermífugo Ivermectina acima do limite permitido pela legislação de seu país. Depois disso, o governo brasileiro suspendeu as certificações e embarques de carne processada para os Estados Unidos e enviou duas missões para conhecer o sistema de análise de resíduos daquele país, que é diferente do brasileiro. 


Apesar das diferenças, o diagnóstico no lote indica que provavelmente não se respeitou o prazo de carência para que o animal possa ser abatido após ingerir a Ivermectina, que pode variar de 40 a mais de 100 dias, dependendo do medicamento veterinário.

 

Para evitar o problema, os fabricantes de medicamentos veterinários serão obrigados a colocar na embalagem do produto o prazo de carência, que atualmente está apenas nas bulas. Atualmente 21 frigoríficos brasileiros estão habilitados a produzir carne processada para os Estados Unidos, sendo que 10 vendem diretamente e o restante fornece aos outros. Os americanos são os principais importadores do Brasil e compraram, no primeiro trimestre deste ano, cerca de 9 mil toneladas do produto, ao preço de US$ 48,6 milhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

 

Como parte do plano de ação do governo, o Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (DFIP) elaborou uma cartilha sobre o uso correto de medicamentos veterinários em animais de produção. O material está sendo distribuído nas unidades locais de atenção veterinária e nas revendas de produtos veterinários das unidades da federação.

 

Estão em processo de revisão os registros de medicamentos veterinários, com o objetivo de dar maior destaque aos prazos de carência. A informação contida na bula também será colocada na embalagem.

 

A metodologia de análise de ivermectina aplicada pelos americanos foi conferida pela área laboratorial do Ministério da Agricultura, no período de 24 a 30 de junho, para analisar a condição de implantação da técnica no Brasil. "Serão necessárias pesquisas para confirmar se há equivalência na análise de ivermectina realizada no produto processado  com a da matriz (fígado e músculo), já usada no Brasil. "Dentro de um mês devemos ter um posicionamento definitivo sobre a factibilidade de adotarmos essa técnica no Brasil" destaca o coordenador-geral de Apoio Laboratorial do Mapa, Jorge Caetano.

 

Mais informações sobre a cartilha de uso de medicamentos veterinários no site, ícone Serviços/Produtos Veterinários/Comunicações Técnicas

 

Fonte:
Ministério da Agricultura



09/07/2010 01:47


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