Brasil e Itália podem ser parceiros em projetos na área de Astronomia Espacial
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) recebe nesta semana a visita de delegação italiana de especialistas em Astrofísica. O grupo veio para discutir os instrumentos científicos do Monitor e Imageador de Raios X (Mirax), a primeira missão astronômica espacial brasileira a bordo de um satélite. Participam das reuniões astrofísicos e engenheiros espaciais do Inpe, especialistas do Inaf (Istituto Nazionale di Astrofisica), Iasf (Istituto di Astrofisica Spaziale e Fisica Cosmica) e Universidade de Ferrara.
O Mirax vai estudar o centro da galáxia e seus objetos, como buracos negros e estrelas de nêutrons. Além da câmara imageadora de raios X desenvolvida pelo Inpe no Brasil, o Mirax pode ser composto por mais dois instrumentos italianos. Segundo João Braga, vice-diretor do Inpe e coordenador do Mirax, a parceria pode envolver ainda formação de pessoas, com o intercâmbio científico entre o Brasil e as instituições italianas.
A missão do Mirax será a bordo do Lattes, satélite científico desenvolvido pelo Inpe com lançamento previsto para 2014. O satélite pretende atender também a missão Equars, voltada para estudos na baixa, média e alta atmosfera e ionosfera na região equatorial.
Um dos objetivos da Mirax é fazer um levantamento do comportamento espectral e temporal de um grande número de fontes transientes de raios X em escalas de tempo de horas a meses. Um trabalho semelhante nunca foi realizado no mundo. Com o lançamento do Mirax, o Brasil terá dados sobre importantes classes de objetos astrofísicos e poderá dar significativa contribuição ao conhecimento humano acerca do universo.
“Essas fontes de raios X apresentam comportamento variável no tempo e precisam de instrumentos que observem um grande número de fontes pelo máximo de tempo possível. Os emissores de raios X estão geralmente associados à presença de objetos compactos remanescentes de estrelas (buracos negros, estrelas de nêutrons e anãs brancas) e, em muitos casos, manifestam-se através de gigantescas explosões cósmicas”, explica João Braga.
Os instrumentos do Mirax são desenvolvidos no Inpe, em parceria com outras instituições do Brasil, como Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), e do exterior, como Universidade da Califórnia e Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, e Universidade de Tuebingen, da Alemanha, entre outras.
Fonte:
Inpe
05/08/2010 05:59
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