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- Um dos grandes objetivos será o de ampliar o diálogo sobre as principais questões internacionais. No momento em que ocorre uma grande crise econômica e financeira, precisamos buscar respostas para problemas como a desigualdade, os conflitos e as mudanças climáticas - afirmou Corrêa, cuja indicação teve como relator o senador Marco Maciel (DEM-PE).

Durante a audiência, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse ser necessário um debate mais profundo a respeito de como o país vai se proteger das "vulnerabilidades internacionais", como a crise financeira, o terrorismo e a destruição do meio ambiente.

Em resposta, Corrêa disse que o Brasil precisa de um sistema multilateral que funcione bem. Para problemas globais, argumentou, são necessárias soluções globais. Na opinião do embaixador, porém, nenhum dos grandes temas da realidade contemporânea estaria sendo corretamente encaminhado pela comunidade internacional. Em relação ao comércio, citou, já dura seis anos a atual Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Na área de meio ambiente, por outro lado, os países desenvolvidos não estariam interessados em construir uma "relação equilibrada" com os países emergentes.

Ainda a respeito do último tema, a senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou que o Brasil deu uma grande contribuição à discussão sobre o aquecimento global ao apresentar a proposta de se estabelecerem responsabilidades comuns, mas diferenciadas. Por meio dessa proposta, esclareceu, os países emergentes não deixam de assumir suas cotas de responsabilidade, mas de forma diferente de países que têm maior histórico de emissões.

A senadora Ada Mello (PTB-AL) quis saber do embaixador se o bom relacionamento com o Vaticano facilitaria a solução de divergências entre o governo brasileiro e a Igreja em temas polêmicos, como a pesquisa de células-tronco. Corrêa declarou que as relações bilaterais são muito boas, mas pode haver divergências. Ele observou que o Brasil é regido por princípios como os de liberdade religiosa e de separação entre a Igreja e o Estado.

Atual embaixador em Berlim, Corrêa informou ainda - em resposta ao senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) - que a Alemanha tem adotado medidas para se adequar à crise financeira internacional, apesar de o setor financeiro não ter tanto peso na economia do país quanto a indústria.

Nigéria

A CRE também aprovou parecer favorável à mensagem presidencial de indicação da ministra de segunda classe Ana Cândida Perez para o cargo de embaixadora do Brasil na Nigéria. Entre as suas prioridades, como anunciou à comissão, estarão as de reduzir o déficit comercial bilateral do Brasil - que alcançou US$ 3,7 bilhões no ano passado - e diversificar a pauta de exportações. Para isso, observou, ela irá se empenhar para que sejam reduzidas as limitações impostas atualmente pelo governo nigeriano às exportações brasileiras de produtos como carnes, calçados e papel.

A embaixadora indicada - cuja mensagem teve como relator o senador José Nery (PSOL-PA) - anunciou ainda que a agricultura e a energia estarão entre as prioridades da cooperação bilateral. Durante o debate, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que a Nigéria tem grandes reservas de petróleo e elogiou a política adotada pelo governo do estado norte-americano do Alasca, de distribuição dos dividendos do petróleo a toda a população. Por sua vez, o senador César Borges (PR-BA) afirmou que o mundo deveria se mobilizar para ajudar a África a resolver seus grandes problemas sociais.

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