Brasil e Japão vão desenvolver pesquisas sobre o biocarvão
Brasil e Japão vão se unir na pesquisa sobre biomassa a fim de desenvolver insumos para o solo e fertilizantes de liberação lenta, especialmente para pequenos produtores. O trabalho, conduzido pela Embrapa Solos no Brasil, vai começar em agosto com foco no estudo do biocarvão — resíduo sólido da biomassa carbonizada aplicado no solo que ajuda no sequestro de carbono e na fertilidade do solo.
"Biomassa e o biocarvão têm sido aplicados ao solo como insumo agrícola no mundo inteiro. Nas últimas décadas, especialmente no Japão, estudos sobre o biocarvão têm se intensificado. Cientistas no Japão têm acumulado enorme conhecimento sobre a produção do biocarvão e seu uso como alternativa aos combustíveis fósseis", diz o pesquisador da Embrapa Solos e coordenador do trabalho Etelvino Novotny.
Com foco principal na redução da emissão de gases de efeito estufa, o trabalho pode produzir melhorias nas técnicas de produção e utilização do carvão e nas tecnologias de tratamento de resíduos orgânicos. Com isso, a empresa espera reduzir a quantidade de resíduo orgânico descartado, assim como o uso de fertilizantes minerais através da reciclagem dos resíduos.
Com duração prevista de três anos, a parceria une instituições que já acumulam estudos na área: a Embrapa Solos é a coordenadora nacional da rede de pesquisa em biocarvão, além de ter liderado projeto que estudou as "Terras Pretas de Índios" —solos amazônicos arqueológicos enriquecidos com biomassa carbonizada.
Já a instituição japonesa, realiza experiências sobre o uso agrícola de carvão. "Vale lembrar que no Japão, a aplicação de biomassa e biocarvão no solo é uma tradição agrícola", conclui Etelvino.
Fonte:
Embrapa
19/07/2011 12:18
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