Brasil fez dever de casa para controlar inflação e o câmbio, garante Tombini



O Banco Central do Brasil foi uma das primeiras instituições a dizer que a transição pela qual passa o mercado mundial, após a crise global de 2008, deveria ser positiva tanto para países emergentes quanto países desenvolvidos, disse nesta terça-feira (18) o presidente da autoridade monetária brasileira, Alexandre Tombini, concedeu, nesta terça-feira (18), em uma teleconferência com representantes da mídia internacional.

Durante a conversa, Tombini mencionou a situação de transição da economia mundial e citou que essa mudança de parâmetros deve ser positiva para todas as economias, já que demonstra a recuperação da maior economia do mundo, a dos Estados Unidos, um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, ao lado da China.  

De acordo com Alexandre Tombini, o Banco Central está pronto para combater as oscilações resultantes das retiradas dos estímulos econômicos das economias desenvolvidas.

“As opiniões apresentadas pelas autoridades das economias desenvolvidas, especialmente os EUA, demonstram que a maior economia do mundo está retomando o crescimento. E isso é uma notícia boa para a economia mundial. Claro que, após cinco anos após a crise, essa transição apresenta riscos e volatilidade e devemos continuar cooperando nesse processo em busca de normalização”, afirmou.

Em relação à situação econômica brasileira, Tombini reforçou o ideal de um tripé econômico estável, representando pelo câmbio flutuante, metas de superávit primário e metas de inflação. Ele destacou ainda as boas reservas internacionais (US$ 375 bilhões) e os indicadores apresentados pelo País.

Inflação

Ao ser questionado sobre os resultados apresentados, Tombini afirmou que a instituição está comprometida no combate à inflação e que ela será mantida estável. Para exemplificar sua afirmação, o presidente do BC destacou o aumento da taxa de juros básicos da economia, a Selic, e seu impacto na inflação, que foi reduzida em 1,1 ponto percentual entre junho de 2013 e janeiro de 2014.

Para o presidente do BC, a elevação de 3,25 pontos percentuais na Selic desde abril do ano passado ainda está surtindo efeito em conter a inflação. Ele enfatizou que o Banco Central continuará a monitorar atentamente o comportamento dos preços para assegurar a convergência do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o centro da meta, de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

FED

Sobre a redução dos estímulos econômicos pelos EUA, Tombini afirmou que vê com bons olhos a recuperação da economia americana e que aprecia a maneira transparente como as autoridades responsáveis estão apresentando os dados e realizando as operações.

Ainda sobre o assunto, citou que a economia brasileira está reagindo bem a este período de reajuste.

 

Situação econômica atual e os resultados de 2013

O Brasil, apesar de apresentar resultados menos expressivos em 2013, não está no caminho de uma recessão, garantiu o chefe da autoridade monetária brasileira.

Sobre a política fiscal, afirmou que ela será mantida rígida, conforme mencionou a presidenta Dilma, e reforçou a importância de uma boa política fiscal nos resultados econômicos do País.

Câmbio

O Banco Central possui várias manobras para manter a estabilidade do câmbio brasileiro e citou as operações de swap. De acordo com a autoridade, as operações de swap totalizam US$ 100 milhões por dia.

Além disso, o presidente do BC também mencionou que até o momento não houve necessidade de utilizar as reservas internacionais brasileiras para manter essa situação.

Ao ser questionado se o BC pretende alterar a política de controle do câmbio, ele afirmou que caso isso ocorra, o Banco Central irá comunicar o mercado.

Sobre a recente valorização do real, Tombini mencionou que a moeda brasileira passou por um período favorável e que agora passa por uma situação excepcional, devido à retirada de estímulos das economias desenvolvidas. Mas reafirmou que o câmbio brasileiro se mantém sólido.

Política externa

Sobre as relações entre os Bancos Centrais, Tombini afirmou estar feliz com as conversas mantidas entre as entidades financeiras e que, graças a forte conexão entre os mercados, essa comunicação é vital para manter a estabilidade das diversas economias.

PIB

Para 2014, a previsão do Governo Federal é que o PIB cresça 2,3%; patamar similar ao previsto para 2013.

Copa do Mundo

As obras de infraestrutura para a Copa do Mundo, os programas de qualificação profissional e as concessões realizadas à iniciativa privada foram destacadas por Alexandre Tombini.

Ele reforçou, ainda, que essas obras de infraestrutura serão muito importantes para o aumento da produtividade do País.

Fonte:

Portal Brasil

 



20/02/2014 10:12


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