Brasil já está saindo da crise econômica, assegura Mantega



Ao expor hoje para senadores de várias comissões do Senado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu que o momento econômico brasileiro é inédito e apresenta aspectos tão positivos que o país pode enfrentar com mais tranqüilidade que outras nações a crise econômica mundial. Ele fez uma descrição do que ocorria no passado em outras crises, para acentuar a diferença da atual conjuntura econômica nacional.

Segundo o ministro, como o país tinha economia frágil, sem reservas, e tinha dificuldades para impedir a fuga de capitais, o governo era obrigado a elevar a taxa de juros, o que gerava crescimento do déficit e da dívida pública, obrigando os ajustes fiscais com cortes de gastos e de investimentos. Isso, em última instância, configurava uma situação de recessão, detalhou.

- Hoje, o país tem uma solidez macroeconômica e pode fazer política anticíclica, que significa reduzir juros, ao invés de aumentá-los, como também de elevar o crédito, ao contrário de cortá-lo. E assim também pode ser feito na política fiscal, sem precisar subir tributos, mas reduzi-los, mantendo os programas sociais e também os investimentos públicos - resumiu Guido Mantega. Essa tem sido a sistemática que permite ao Brasil atenuar os impactos da crise, fazendo com que ela seja de mais curta duração aqui do que em outros países.

Segundo o ministro, a conjuntura financeira do Brasil gera confiança e atrai investimentos, com o mercado financeiro acreditando que o Brasil reúne as condições para sair da crise,pois oferece segurança e estabilidade para os investidores externos. Outro motivo para o Brasil não sofrer tanto com a crise, explicou o economista, está no fato de a base da economia do país ser o mercado interno e não o mercado externo, o que faz com que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caia menos do que de outras economias.

Ele citou também o crescimento da massa salarial, que foi de mais de 7%, entre abril de 2008 e abril de 2009, gerando um consumo mais forte da sociedade. Outro fator que dá robustez financeira ao Brasil, disse, é seu desempenho fiscal ao longo dos últimos anos, situação que vem sendo mantida durante a crise, e que não ocorre em outros países.

Guido Mantega informou ainda que o resultado fiscal esperado para o ano de 2009, segundo dados da revista The Economist, é que o Brasil vai ocupar o segundo melhor desempenho entre os países do G-20. Segundo ele, a dívida pública teve um pequeno aumento, mas porque a Petrobras foi retirada dos cálculos, quando em outros países, houve aumento expressivo da dívida pública, como ocorreu no Japão, Reino Unido.

Finalmente, ele reconheceu ainda que o país tenha experimentado mais saída do que entrada de recursos, nos meses mais graves da crise. No entanto, disse, neste mês de maio, o Brasil já apresenta saldo financeiro e comercial positivos.

- O Brasil já está se refazendo do período.

Mais informações a seguir



28/05/2009

Agência Senado


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