Brasil monta estratégia para brigar por medalhas em 2016



O superintendente do Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Antônio Carlos Gomes, montou sete projetos específicos para grupos de modalidades a serem trabalhadas para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. O objetivo é ajudar o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a cumprir a meta de classificar o Brasil entre os dez primeiros países do mundo no quadro de geral de medalhas ao fim dos Jogos de 2016.

Em reunião na Secretaria Nacional de Alto Rendimento (Snear) do Ministério do Esporte, na última quinta-feira (6), em Brasília, Antônio Carlos Gomes ressaltou como o atletismo é importante na briga por posições no quadro de medalha dos Jogos. Ele lembrou que o esporte, repleto de provas em várias modalidades, distribui 141 medalhas na competição.

O encontro na Snear teve como objetivo levar ao Ministério do Esporte novas indicações de nomes para o programa Bolsa Pódio. As indicações serão analisadas em conjunto pelas três instituições — Ministério, Comitê Olímpico Brasileiro e Confederação Brasileira de Atletismo — antes de qualquer aprovação. Vale ressaltar que o atletismo ainda recebe investimentos de várias outras fontes do governo federal.

Esses projetos específicos, como ressaltou Antônio Carlos, foram feitos em plano conjunto com o COB e visam a acelerar o crescimento de performance de atletas com potencial para subir ao pódio em 2016. Assim, haverá ações relacionadas ao salto com vara, provas combinadas, revezamentos 4 x 100m feminino, 4 x 100m masculino, 4 x 400m masculino, salto em distância, maratona e arremesso do peso.

Com relação ao salto com vara, o técnico Vitali Petrov agora será exclusivo da CBAt, que cogita até mesmo transferir o Centro de Treinamento do ucraniano — formador do recordista mundial Serguei Bubka e ex-técnico da recordista mundial Yelena Isinbaeva —, localizado em Formia, na Itália, para o Brasil.

“Hoje, o Brasil tem saltadores entre os dez primeiros do mundo”, lembrou Antônio Carlos, em referência a Thiago Braz, Augusto Dutra, João Gabriel Sousa, além de Fabiana Murer e Fábio Gomes, que não foi ao Mundial 2013 por causa de lesão.

Antônio Carlos destacou que Jefferson Sabino, 27 anos, é hoje o melhor brasileiro no salto triplo classificado em 21º no mundo. Também foi dada uma oportunidade para Jadel Gregório, recordista sul-americano com 17,90m, que após operar os dois joelhos, recuperou-se, emagreceu e foi enviado para treinamentos em uma universidade do Canadá. “Ele vai saltar no dia 22 deste mês, em São Paulo (na segunda e última etapa do Desafio Caixa Indoor), buscando índice para o Mundial (em Pista Coberta, de 7 a 9 de março, em Sopot, na Polônia)”, adiantou o superintendente da CBAt.

Há um projeto para as provas combinadas e o destaque é o decatleta Carlos Chinin, sexto no Mundial 2013, que treina com o ucraniano Oleg Ruiev. “O Chinin está muito perto do primeiro colocado do ranking (o norte-americano Ashton Eaton)”, observou Antônio Carlos, citando ainda Luiz Alberto de Araújo e também a heptatleta Vanessa Chefer.

Com relação aos revezamentos, o 4 x 100m feminino já tem três atletas treinando nos Estados Unidos — Evelyn dos Santos, Rosângela Santos e Tamiris de Liz — com Amy Deem, técnica na Universidade de Miami. Ana Cláudia Lemos e Franciela Krasucki seguem treinando em São Paulo, com períodos de treinamento conjunto nos Estados Unidos. O 4 x 100m masculino, sob o comando de José Figueiredo e Paulo Servo, terá o reforço com a consultoria do técnico ucraniano Valeri Moshokovski.

O 4 x 400m masculino, que foi sétimo no Mundial 2013, deve ter a orientação da equipe do norte-americano Michael Johnson, ainda hoje detentor do recorde mundial dos 400m (43s18, de 1999) e sua equipe, que pelo planejamento viriam para clínicas com o objetivo de melhorar marcas individuais dos atletas brasileiros.

Outro projeto específico foi traçado para Mauro Vinícius Lourenço da Silva, o Duda, campeão mundial em pista coberta do salto em distância e quinto no Mundial 2013, que deve se mudar de São José do Rio Preto para São Paulo, com o técnico Aristides Junqueira e o fisioterapeuta. Duda deverá treinar no novo CT de São Bernardo, que está prestes a ser inaugurado e reunirá os atletas top 20 do Brasil. Outro esportista da prova é Higor Alves, primeiro do mundo no ranking juvenil, com 8,03m.

O sexto projeto é voltado para os maratonistas. “Fiz um estudo dos últimos cinco anos e sempre temos atletas entre os oito primeiros do mundo. Tivemos o Marílson dos Santos em quinto e o Paulo Roberto de Paula em oitavo nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 (Franck Caldeira foi 13º). E, depois, tivemos o Paulo Roberto em sexto e o Solonei Rocha em sétimo, na maratona do Mundial 2013”, lembrou Carlos.

Há também a ideia de montar um plano específico com Geisa Arcanjo, 23 anos, do arremesso do peso, treinada pelo técnico cubano Justo Navarra, no CT de Uberlândia. “Ele aposta tudo nela, que hoje é 21ª do mundo”, declarou o superintendente.

Investimentos

Com a implantação da Bolsa Pódio — cujo primeiro critério para o atleta ser contemplado é que ele esteja entre os 20 primeiros do ranking mundial em sua modalidade —, o atletismo teve 19 contemplados. E a maioria está nos projetos específicos planejados pela CBAt em conjunto como o COB.

A Bolsa Pódio é um investimento individual. Estão contemplados Ana Cláudia Lemos, Anderson Henriques, Augusto Dutra, Bruno Lins, Carlos Chinin, Evelyn dos Santos, Fabiana Murer, Fábio Gomes, Franciela Krasucki, Hugo Balduíno de Sousa, Jucilene Sales de Lima, Keila Costa, Mahau Suguimati, Mauro Vinícius “Duda” Lourenço da Silva, Pedro Burmann, Ronald Julião, Rosângela dos Santos, Thiago Braz e Wagner Cardoso. No total, os recursos somarão R$ 188.000,00 por mês (R$ 2.256.000,00 no ano).

No geral, o atletismo está amparado por vários projetos do Ministério do Esporte. Em 2013, antes da Bolsa Pódio, apenas com a Bolsa-Atleta na categoria Olímpica foram investidos R$ 204.600,00 por mês (R$ 926.285,00 no ano).

Da Caixa, estatal que patrocina a CBAt desde 2001, estão confirmados, até 2016, R$ 16 milhões/ano, com mais R$ 6,5 milhões exclusivamente para o Plano Brasil Medalhas, que prevê investimentos em planejamentos anuais de atletas, com equipes multidisciplinares, por exemplo, e compra de equipamentos.

A CBAt teve R$ 15.810.000,00 captados pela Lei de Incentivo ao Esporte em 2012. O atletismo ainda conta com Destaque de Crédito Orçamentário de R$ 90.762.820,70 para construção ou modernização de pistas de pelo menos 14 universidades federais. Há, ainda, convênio com o Ministério do Esporte, de 2011, de R$ 10.473.600,00, destinado à estruturação de quatro Centros Nacionais de Treinamento.

Fonte:
Brasil 2016



10/02/2014 11:49


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