Brasil tem de brigar mais para se impor no mercado, diz Jucá
Segundo o senador, nos últimos 11 anos, o Brasil sofreu uma queda na sua posição de comércio exterior, passando da 21ª para a 28ª colocação em termos de valores exportados. Nesse mesmo período, o México saltou da 37ª posição para a 13ª, enquanto a China saiu da 34ª para ser o sétimo maior país exportador do mundo.
Citando vários especialistas, Jucá lembrou que o Brasil "demorou a perceber que a abertura da economia não surtiu o efeito que se anunciava para os países em desenvolvimento. Acreditando que a globalização, por si só, seria benéfica para os países periféricos, o Brasil não se preocupou em defender os interesses nacionais. Agora, sem dúvida, assume uma posição mais madura e uma diplomacia mais agressiva".
Após a conferência de Doha, os diplomatas brasileiros, segundo Jucá, vão concentrar-se nas negociações por um maior acesso aos mercados, procurando reduzir ou eliminar, o mais rápido possível, as barreiras tarifárias e não tarifárias impostas a produtos brasileiros.
- Entretanto - afirmou o senador - devemos estar atentos, desde já, para o fato de que no comércio internacional não há lugar para a compaixão e nada se consegue de mão beijada. O Brasil descobriu, tardiamente, que a globalização, até o momento, prejudicou os países periféricos e os deixou em situação de extrema vulnerabilidade. Descobriu, também, que precisa brigar mais para se impor no comércio internacional e agora, com a mudança de estratégia nessa área, que pode exercer uma influência bem maior do que supunha.
Para isso, na avaliação de Jucá, o Brasil precisa estar preparado, usar suas vantagens comparativas, modernizar o setor produtivo, perseguir ganhos de escala e adotar uma política industrial efetiva, que, ao lado da agroindústria, reflita os interesses estratégicos do país - acrescentou o senador, ao assinalar que, agora, "o Brasil está no caminho certo".
18/12/2001
Agência Senado
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