Brasil pode passar de potência agrícola para potência ambiental, diz Embrapa
Para o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Arraes, o Brasil é uma imensa potência agrícola e pode ser também uma potência ambiental, metas que podem andar lado a lado. A afirmação, feita durante entrevista concedida ao programa “Brasil em Pauta” desta sexta-feira (10), serviu para exemplificar um dos programas adotados pela Embrapa, o Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, cujo objetivo é ensinar aos agricultores como utilizar técnicas de exploração intensiva de forma sustentável e, ainda, com obtenção de renda.
Pedro Arraes explicou que a extensão rural é um meio fundamental para levar conhecimento aos pequenos produtores. “A agricultura familiar é um componente importantíssimo para a segurança alimentar interna”, com a produção de arroz, feijão, mandioca e produtos da nossa mesa do dia a dia”, afirmou ele.
Arraes também falou durante a entrevista do papel da extensão para manter os jovens nas pequenas cidades. Segundo ele, o segredo é fortalecer a extensão rural e ensinar aos jovens “o que fazer”, para que valorizem a cultura regional que têm.
O programa de Minibibliotecas também atinge as pessoas que moram em pequenas cidades, no meio rural, e que não tem acesso à informação. Segundo Arraes, “é um programa muito simples, mas tem um impacto enorme. Já atingimos, se não me engano, 1.300 municípios no Brasil”. Ele explicou que o programa oferece às pessoas informações e documentação de como fazer uma horta, bem como outras dicas importantes, tanto para os pais quanto para as crianças e jovens.
Uma outra iniciativa da Embrapa para difundir o conhecimento entre jovens é o programa Embrapa Escola. Segundo Arraes, 47 unidades descentralizadas da Embrapa em vários estados do país recebem cerca de 50 mil estudantes por ano. Durante as visitas escolares, explicou ele, são distribuídos materiais próprios que mostram a importância da ciência em nossas vidas. A Embrapa também tem um programa especial para crianças, na internet, para que elas possam conviver com a ciência, enquanto brincam. Além disso, contou ele, está em fase de preparação de um jogo que vai mexer com os biomas brasileiros. “É uma forma de (…) dar conhecimento da importância que tem agricultura e a preservação ambiental para o desenvolvimento do nosso país.”
Em relação ao tema das mudanças climáticas, Arraes informou que a empresa tem uma plataforma geral que aborda vários aspectos desse assunto. A primeira medida que a Embrapa tomou, explicou ele, foi um levantamento de como se comportariam culturas importantes para o Brasil, tais como arroz, café, soja e frutas, caso a temperatura mundial aumentasse em 1, 2, 3 ,4 ou 5 graus, e usando as tecnologias que o País tem hoje. “Essa simulação nós já temos – explicou o presidente da Embrapa – e isso nos baliza para tomar algumas atitudes.”
A Embrapa também já possui 53 programas de melhoramento de diversas espécies, tais como soja, maracujá, trigo, feijão etc, e em todos esses programas está a preocupação de produzir novas cultivares – que vão ser lançadas para os produtores – com mais resistência à intolerância ao déficit hídrico, à seca e a altas temperaturas. Uma outra plataforma de estudo, explicou Arraes, é a avaliação de diversas culturas quanto à questão do aparecimento de doenças, insetos e pragas, caso aumente a temperatura do planeta.
Na avaliação do presidente da empresa, uma das maiores revoluções que a Embrapa fez foi a tropicalização de várias culturas, através do melhoramento genético. A soja, por exemplo, só era plantada em clima temperado, explicou Arraes. “O PAC Embrapa revitalizou a nossa empresa toda, a estrutura física, laboratórios moderníssimos que nós temos hoje. Contratamos quase 2 mil novos empregados, a maioria deles de nível superior, jovens, motivados”.
Fonte:
Blog do Planalto
10/06/2011 19:40
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