Brasil pode ser potência audiovisual, afirma novo diretor da Ancine



O Brasil poderá ser "uma das potências audiovisuais do mundo globalizado", disse nesta terça-feira (26) o jornalista e cineasta Sérgio Henrique de Sá Leitão, cuja indicação para o cargo de diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine) foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Ele recorreu ao exemplo de Tropa de Elite, eleito o melhor filme do Festival de Berlim deste ano, para ressaltar o potencial de crescimento da indústria cinematográfica nacional.

- Poucos países em desenvolvimento atualmente podem aspirar a ser primordialmente produtores e exportadores de conteúdos audiovisuais, além de provedores de serviços audiovisuais. Pelo tamanho de seu mercado interno e por seu vasto, diversificado e sempre renovado estoque de talento e criatividade, o Brasil reúne as condições para ser o sócio número um deste clube - afirmou Leitão em sua exposição aos senadores.

Na opinião do diretor, o sucesso de Tropa de Elite mostra que o Brasil pode ser competitivo na economia global do cinema e do audiovisual, disputando os mercados interno e externo com chances de êxito. Ele observou que, nas seis primeiras semanas de 2008, os filmes brasileiros levaram às salas de cinema de todo o país aproximadamente 2,4 milhões de espectadores. Um milhão a mais do que no mesmo período de 2007.

Leitão previu que 150 novas salas de cinema serão abertas ao longo deste ano no Brasil. Ele considerou ainda positivas as perspectivas nos mercados de DVD, televisão por assinatura e televisão aberta e ressaltou as possibilidades de crescimento de novos mercados, como os de IPTV - locação de filmes pela Internet - e de televisão nos celulares.

O principal papel da Ancine, na opinião do diretor aprovado pela CE, é o de estimular o mercado brasileiro para que ele coloque em prática o seu potencial de crescimento. A agência deve, para ele, empreender uma "política industrial de suporte ao mercado, de apoio aos empresários, às empresas e aos criadores".

A convergência digital - que permite maior interação entre diferentes meios de comunicação -foi definida pelo diretor como uma "grande chance" para que o Brasil possa alcançar um novo patamar na indústria mundial do audiovisual. Em todo o mundo, observou, a indústria do audiovisual movimenta cerca de US$ 1,3 trilhão por ano - cifra equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Se fosse um país, comparou Leitão, essa indústria estaria entre as dez maiores economias do mundo.

26/02/2008

Agência Senado


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