Brasil poderá ter taxa de juros e meta de inflação mais baixas no futuro, diz presidente do BC
O crescimento forte e sustentado é a vocação do Brasil nos próximo anos, disse nesta terça-feira (5) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participa de audiência pública no Senado.
Tombini destacou a ampliação da classe média no Brasil, o número de pessoas em idade ativa, que gera aumento de produtividade e as oportunidades de investimentos que o País oferece com a exploração de petróleo na camada do pré-sal, além dos eventos esportivos que sediará: a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
O presidente do BC também ressaltou que a economia brasileira está mais preparada, com nível adequado de reservas internacionais e de depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a deixar no BC.
Para Tombini, houve reconhecimento internacional do País, com aumento de notas de classificação da dívida soberana do Brasil por agências de risco. Além disso, ele destacou a moderação do crescimento econômico brasileiro, o recuo na inflação e a moderação nos fluxos de capitais para o País. “É bom que não entrem em velocidade muito forte”, disse.
Segundo o presidente do BC, as medidas adotadas pelo governo reduziram o fluxo de dólares para o País e evitaram o excesso de entrada de recursos, o que poderia causar instabilidade. De acordo com ele, houve recomposição dos fluxos de capital no Brasil, com aumento dos recursos que vão para o setor produtivo da economia, o investimento estrangeiro direto (IED). Em 2010, o IED respondia por 37,5% desses fluxos, com aumento para 59,7% entre janeiro e maio deste ano. Nesses períodos, a parcela dos investimentos em títulos de renda fixa, ações empréstimos e outros passou de 62,5% para 40,3%.
Tombini alertou as empresas sobre os riscos de operações no mercado de câmbio (derivativos), uma vez que o dólar pode tanto cair como subir repentinamente. Por isso, é importante que as empresas tenham proteção para as variações cambais (hedge).
Fonte:
Agência Brasil
05/07/2011 18:07
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