Brasil produz kits de diagnóstico para H1N1



Durante a onda mundial de pandemia do vírus H1N1, em 2009, só havia uma forma de fazer o diagnóstico: com kits importados e montados no Brasil. Meses depois, em 2010, já havia um teste brasileiro para detectar a doença com uma série de vantagens: é mais confiável, pelo menos 55% mais barato e bem mais rápido – o tempo de análise é reduzido pela metade, de 8 horas para 4 horas.

Resultado de um investimento de R$ 3,36 milhões do governo federal, o Kit Nacional para Diagnóstico da Influenza H1N1 é fabricado por um consórcio firmado entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – por meio do Laboratório de Bio-manguinhos e do Instituto Carlos Chagas – e duas instituições paranaenses, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

O preço por kit brasileiro em geral é menos da metade daqueles fabricados no exterior. O primeiro lote foi distribuído para a Fiocruz (RJ), o Instituto Evandro Chagas (PA), o Instituto Adolfo Lutz (SP) e três laboratórios públicos no Distrito Federal, no Paraná e na Bahia – únicas instituições que realizam o diagnóstico do vírus Influenza A (H1N1) no País. A tecnologia permite ao Brasil produzir 80 mil testes por mês, o suficiente para atender à demanda nacional.

A partir do lançamento do teste, o Brasil passou a ter a capacidade de produzir os reagentes biomoleculares utilizados nos laboratórios para detectar a doença. Eles servem para multiplicar o material genético do vírus (RNA viral), de modo a tornar possível sua identificação. O produto não só evita a dependência da importação de insumos como tem uma vantagem estratégica: o kit nacional reúne em apenas um produto, com dois tubos, todos os reagentes biomoleculares usados para detecção do vírus.

Em países como Estados Unidos, França e Alemanha, os principais fornecedores mundiais de insumos para diagnóstico de H1N1, esses materiais são vendidos separadamente e misturados pelos profissionais do laboratório. Nem sempre eles chegavam ao mesmo tempo, e sua venda era restrita por razões estratégicas durante grandes epidemias.

Agora, sem a necessidade desse procedimento, diminuem a demora, o risco de falha humana e o desperdício na manipulação dos insumos. As plataformas são formadas por três máquinas, dois robôs e um computador, que realizam todas as etapas de identificação do vírus H1N1 de forma automatizada.

A nova tecnologia faz parte de um projeto-piloto brasileiro que tem o objetivo de diagnosticar outras doenças, como dengue, malária, meningite, aids e tuberculose. Isso vai ser possível porque a metodologia utilizada no exame é a PCR Real Time quantitativo, que detecta com rapidez o genoma de qualquer vírus, bactéria ou parasita que esteja no organismo. O PCR vai direto no vírus e não nos anticorpos, como ocorre com os exames tradicionais.

A proposta do governo federal é consolidar o projeto-piloto e distribuir a nova tecnologia para, futuramente, montar uma rede nacional de diagnóstico.

Fontes:
Ministério da Saúde 
Fundação Oswaldo Cruz 
Laboratório de Bio-Manguinhos 



30/08/2013 17:15


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