Brasil reduz em 800 milhões o número de sacolas plásticas usadas em um ano



Recuse, reduza, reutilize. Com este slogan, o Brasil começou a enfrentar há pouco mais de um ano um dos principais problemas da poluição nas cidades. A campanha do Ministério do Meio Ambiente O Saco é um Saco – criada para diminuir o consumo e o descarte de sacolas plásticas no País – ganhou a simpatia da opinião pública, a adesão de municípios, empresas privadas e já atingiu bons resultados. O balanço de um ano realizado pelo Ministério mostra que a campanha já conseguiu evitar a utilização de cerca de 800 milhões de sacolas plásticas no Brasil.

As três maiores redes de supermercado do País, com mais de 50% do mercado aderiram à campanha desde o início. “Os grandes supermercadistas facilitaram o comportamento ecologicamente correto de seus clientes, implementando programas diferenciados de estímulo ao consumo consciente”, explica Fernanda Altoé Daltro, coordenadora da campanha no Ministério do Meio Ambiente. 

Entre as ações Segundo ela, a rede Walmart criou o caixa especial para clientes que usam sacolas retornáveis. O Carrefour começou a banir as sacolas plásticas de seus hipermercados em março de 2010. O Pão de Açúcar oferece pontos em seu cartão fidelidade aos clientes que recusam sacolas plásticas. “Mas não precisa ser grande para fazer o certo: caixas de papelão e sacolas retornáveis já são facilmente encontradas em qualquer  mercado brasileiro”, informa a coordenadora.

São ao todo quinze parceiros institucionais incluindo ONGs ambientalistas, empresas públicas e privadas. Muitos municípios também estão aderindo espontaneamente à campanha. Em Jundiaí, no interior do estado de São Paulo, a prefeitura fez como outras 15 cidades do estado de Santa Catarina, no sul do País, que decidiram voluntariamente banir o uso das sacolas plásticas. 

No site da campanha, dezenas de depoimentos de jovens e adultos que estão mudando seus hábitos a partir da iniciativa do governo. Dicas e esclarecimentos também estão disponíveis e ajudam o consumidor a formar uma ideia mais clara sobre o assunto. Ali é possível também aderir à campanha e entrar no clima da redução, reutilização e recusa das sacolas de plástico.

Impactos no meio ambiente

Práticas e gratuitas, as sacolas plásticas têm alto impacto ambiental desde a sua fabricação, pois para fazê-las é necessário utilizar petróleo ou gás natural como matéria=prima – ambos produtos não-renováveis que geram emissões de gases de efeito estufa em seu processo produtivo. A pegada ecológica das sacolinhas fica cada vez mais grave à medida que elas seguem na cadeia de consumo. De acordo com a coordenação da campanha, os brasileiros consomem cerca de 1,5 milhão de sacolinhas plásticas por hora. São 12 bilhões de sacolas por ano.

Depois de usadas uma vez, grande parte delas vai direto para o meio ambiente. No mar, as sacolas plásticas são confundidas com alimentos e acabam matando por asfixia tartarugas, aves marinhas e golfinhos. Nas cidades, as sacolinhas jogadas na rua ou descartadas de maneira displicente entopem bueiros e impedem o escoamento de água – agravando as enchentes. 

Grandes rios brasileiros como o Amazonas já foram alvos de campanha de coleta das sacolas plásticas devido ao excesso deixado pelos viajantes. As periferias das cidades, principalmente onde não há coleta de lixo adequada, estão lotadas de sacolas plásticas. Nos lixões, elas predominam. O problema afeta todos os países. O mundo consome cerca de 1 trilhão de sacolas plásticas todos os anos.

O que fazer?

A campanha O Saco é um Saco sugere algumas medidas que podem ser tomadas pelo cidadão para ajudar a livrar o País das sacolas de plástico. Reduzir ao máximo o consumo das sacolas é o primeiro. A primeira dica é levar uma sacola retornável para as compras sempre que possível. Se tiver de levar as sacolas, é bom utilizar toda sua capacidade. 

Separar o lixo em casa – entre reciclável e orgânico – também ajuda. Sacos plásticos de outros produtos podem ser usados na lixeira ao invés das sacolinhas. É menos plástico em circulação. E quanto menos, melhor. 
A mudança mais profunda que precisa ocorrer, no entanto, é procurar consumir menos, reduzir o uso de descartáveis e reutilizar ao máximo, conforme diz a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo: “Não há solução mágica ou única. Temos que mudar nosso comportamento, mudar de hábitos, não tem saída”.


Fonte:
 Portal Brasil

 

22/10/2010 18:59


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