Brasil reduzirá mortalidade infantil antes do prazo estipulado pela ONU
O Brasil vai cumprir o quarto objetivo de desenvolvimento do milênio recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) - reduzir a mortalidade na infância - até 2012, três anos antes do prazo, garantiu o assessor especial do Ministério da Saúde, Adson França. Ele informou que os estados da Amazônia Legal terão atenção prioritária do governo no que se refere a políticas destinadas a combater à mortalidade infantil.
O cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio - conjunto de ações previsto em um pacto internacional pelo fim da pobreza - foi discutido, nesta terça-feira (2), em audiência pública promovida pelas comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).
De acordo com a Declaração do Milênio, adotada por 189 países, até 2015 os países signatários deverão reduzir em dois terços a mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade. Para Adson França, as desigualdades regionais ainda representam grande desafio no Brasil em razão da extensão continental do país. Como exemplo, ele disse que o Rio Grande do Sul está investindo em aperfeiçoamento de cirurgias cardíacas em bebês, enquanto o Nordeste ainda precisa combater problemas como diarréia.
No debate, a senadora e médica Rosalba Ciarlini (DEM-RN) manifestou preocupação com o alto índice de mortalidade materna no Brasil. Para ela, esse problema tem várias causas, uma delas a falta de assistência médica a muitas mulheres, principalmente às que passam fome.
- Não podemos admitir chegar em 2015 e não termos cumprido essa meta, que é o início de tudo, pois é o início da vida - afirmou Rosalba Ciarlini, ao se referir ao objetivo 5 de desenvolvimento do milênio - melhorar a saúde materna.
A parlamentar também afirmou que além da "fome de alimentos", a população carece ainda de "fome de conhecimentos". Segundo explicou, não se trata apenas de matricular na escola, mas de garantir qualidade de ensino e combater o alto índice de evasão escolar.
- Temos que provar que podemos ser um país onde não somente as metas do milênio sejam alcançadas, mas também superadas - ressaltou a senadora.
Médicos
O representante do Ministério da Saúde também citou a falta de médicos na Amazônia e em cidades pequenas como dificuldade a ser superada. Para cumprir as metas da ONU, ele defendeu a intensificação da presença de profissionais da saúde nessas regiões. Também considerou fundamental a qualificação de programas como o Saúde da Família e o planejamento familiar.
Em relação ao combate ao vírus Aids, à malária e a outras doenças (objetivo seis), Adson França informou que há oito anos o Brasil não registra aumento de casos de aids. Ele afirmou que o país cumprirá a meta da ONU de deter a propagação dessas doenças até 2015.
O senador Augusto Botelho (PT-RR) destacou que a malária possui grande incidência na região Amazônica e trata-se de uma doença grave, que mata muitas pessoas a cada ano. Ele também defendeu políticas que fixem os médicos e enfermeiros na Amazônia.
O senador Valter Pereira (PMDB-MS) defendeu a contrapartida por meio de prestação de serviços em áreas remotas por parte de profissionais de saúde formados em universidades públicas. Ele disse que estudantes dessas instituições são custeados com recursos públicos e devem oferecer retribuição à população que precisa.
02/06/2009
Agência Senado
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