Brasil vai ajudar países na redução da mortalidade infantil



 

País cumpriu cinco anos antes do previsto meta da ONU de somente 15,7 mortes por mil nascidos vivos

 

O Brasil vai ajudar países que enfrentam dificuldades para alcançar os índices de redução da mortalidade na infância propostos nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODB), que é de 15,7 mortes por 1 mil nascidos vivos até 2015. Cinco anos antes de acabar o prazo, o Brasil cumpriu a meta e reduziu a taxa de mortalidade infantil de 29,7 em 2000 pra 15,6 por 1 mil nascidos vivos em 2010.

O País assinou nesta quinta-feira (21), em Brasília, o “Compromisso com a sobrevivência infantil: uma promessa renovada”, proposto pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), também apoiado pelos governos de 100 nações, entre elas os EUA, Índia e Etiópia. Este compromisso visa acelerar os esforços dos governos e da sociedade em reduzir as mortes evitáveis de crianças de até cinco anos, com ênfase nos primeiros dias de vida.

Com o compromisso, o Brasil fortalece a cooperação mundial na redução da mortalidade na infância de países subdesenvolvidos. O intercâmbio de informações e a troca de experiências devem colaborar com o desenvolvimento de programas em várias outras nações. De acordo com o Relatório de Monitoramento 2012 do Unicef, o Brasil apresenta a redução de 73% das mortes na infância com relação a 1990. Naquele ano, a taxa brasileira indicava que a cada mil crianças nascidas vivas, 58 morriam antes de completar cinco de anos de vida. 

"Poder cooperar com os avanços relacionados à sobrevivência de recém-nascidos, crianças e mães é motivo de orgulho para o governo brasileiro. Essa vitória ao atingir a meta estabelecida pela ONU antes do prazo se deve a uma série de ações voltadas para a melhoria da saúde das crianças, como a Rede Cegonha, a Política Nacional de Aleitamento Materno, o Programa Nacional de Imunização e a ampliação do acesso à Atenção Básica”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Gary Stahl, representante do Unicef no Brasil, reconhece a importância da participação brasileira na iniciativa. "O Unicef parabeniza o Brasil pela assinatura desse documento. Ao fazer esse acordo, o governo e também toda a sociedade brasileira ratificam o compromisso com o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento infantil. Esse ato, sem dúvida alguma, eleva o País a uma posição de liderança e de exemplo para as demais nações", afirma.

Programas
O principal programa do governo federal de assistência às grávidas e bebê o Rede Cegonha, criado em 2011. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde já investiu cerca de R$ 3,3 bilhões, e o programa tem a adesão de 4.729 municípios brasileiros.  Foram criado 348 leitos neonatais e requalificados mais 86 em 2011. A previsão é habilitar outros 350 novos leitos neonatal ainda este ano. Atualmente, o Brasil conta com 3.973 de UTI Neonatal e 2.249 leitos de UTI Pediátrico. Estima-se que 91,5% do total de gestantes usuárias do SUS serão atendidas pelo programa.

A Política Nacional de Aleitamento Materno também tem conseguido ampliar as taxas de aleitamento materno de forma significativa e contribuído efetivamente para que o País atinja as metas internacionais. Nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, o tempo médio de aleitamento materno aumentou em um mês e meio entre 1999 a 2008.

Com o Programa Nacional de Imunização, o Brasil conseguiu eliminar a ocorrência de muitas doenças imunopreveníveis. O Ministério da Saúde incluiu a vacina de Rotavírus Humano (VORH) no calendário de vacinação em 2006. Hoje cerca de87 % das crianças estão imunizadas. Em 2010, foram incluídas as vacinas Pneumocócica 10 (conjugada) e a meningocócica C (conjugada).

Outra ação é a distribuição gratuita de remédios para o tratamento da asma na rede Aqui tem Farmácia Popular. Segundo o Ministério da Saúde, a asma é a segunda principal causa de internação de crianças de até cinco anos no SUS. No ano passado,  71 mil crianças nesta faixa etária foram internadas no SUS em decorrência da asma.

Ações de suplementação nutricional, com distribuição de sulfato ferroso  e vitamina A, foram ampliadas este ano, para reduzir os casos de anemia em 10% e a deficiência de vitamina A em 5% ao ano nas crianças menores de 5 anos. A distribuição de doses de vitamina A para crianças entre 6 meses e 5 anos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e em campanhas de vacinação, em 2.755 municípios brasileiros, começou em agosto deste ano.

Dados do IBGE
A taxa de mortalidade infantil no Brasil teve redução recorde na última década, entre 2000 e 2010, e chegou a 15,6 mortes de bebês de até um ano de idade por mil nascidos vivos, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice é 47,5% menor que os 29,7 por mil registrados em 2000. No período de 2000 a 2010, o Nordeste teve a maior redução na mortalidade infantil, entre todas as regiões, de 58,6%. Os índices nordestinos caíram de 44,7 mortes por mil nascidos vivos para 18,5 por mil. Continua a ser a região com a pior taxa, mas as diferenças entre as regiões caíram significativamente.

A taxa de mortalidade infantil no Norte, segundo o Censo 2010, é de 18,1 mortes por mil nascidos vivos. O Centro-Oeste registrou 14,2 por mil; o Sudeste chegou a 13,1 por mil e o Sul continuou com a menor taxa, de 12,6 por mil.

 

 

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Fonte:

Portal Brasil
Ministério da Saúde
ODM Brasil

 

 

20/09/2012 18:35


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