Brasil tem reservas para enfrentar fim dos estímulos à economia nos EUA, diz Dilma



O Brasil tem reservas internacionais suficientes para enfrentar as mudanças de rumo na política econômica americana, garantiu nesta segunda-feira (20) presidenta Dilma Rousseff, em entrevista concedida no Palácio da Alvorada às rádios Itatiaia e América, de Belo Horizonte (MG). Hoje nós temos uma situação confortável na área das reservas”, disse a presidenta.

Neste mês de janeiro, o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) anunciou a redução gradual do plano de estímulos à economia (quantitative easing  ou afrouxamento monetário) e diminuiu a compra mensal de ativos neste mês, embora ainda possa manter as taxas de juros baixas por pelo menos mais um ano, para evitar turbulências na economia mundial.

Dilma Rousseff avaliou que a saída dos EUA do programa de expansão monetária causou uma flutuação que afetou todo o mundo, inclusive o Brasil, mas que essa pressão está se estabilizando. “E será, eu acho que será muito menos dramático do que se pensou no início”, destacou.

A presidenta fez questão de afirmar ainda que o governo federal tem mantido o controle dos fundamentos da economia do País. “Meu governo não faz isso em ano eleitoral, não. Faz isso todo ano, desde 2011 nós estamos ali, lutando e batalhando diariamente. Para que? Primeiro, para manter os fundamentos econômicos sólidos e, segundo, para garantir investimentos e políticas sociais. Esse é o desafio do governo, não por conta da eleição. É em qualquer momento, em qualquer segundo, em qualquer minuto. E te asseguro o seguinte, quem me suceder, seja eu ou seja outro, vai, inexoravelmente lidar com essa questão”, lembrou.

Segundo a presidenta, nesse compromisso com a manutenção de fundamentos econômicos sólidos uma das prioridades é o combate à inflação e que, em 2015, o governo deve se aproximar mais do centro da meta de inflação, que é de 4,5%.

“Ao longo dos últimos anos, sempre foi assim. Nós temos feito um esforço enorme para manter a inflação o mais baixo possível. Nesse ano [2013] ela ficou 5,91%, um pouco acima, 0,1% acima do valor do ano passado. Isso está no intervalo da meta, porque a meta, o centro da meta 4,5, mas tem uma variação para cima e uma variação para baixo. Nós estamos fazendo um esforço grande para fazer a inflação convergir para o centro da meta”, disse Dilma.

Quanto mais o Brasil conseguir se aproximar do centro da meta, mais estável fica, frisou. “E para nós é importante destacar, ao lado desse esforço para o centro da meta, que é pelo 10º ano consecutivo, desde que nós implantamos o programa de metas da inflação, que nós ficamos dentro da meta, dos intervalos da meta. Agora, eu tenho certeza que no ano que vem nós vamos manter esse esforço e vamos nos empenhar cada vez mais para reduzir a inflação, como temos feito ao longo dos últimos anos”, disse.

A presidenta Dilma Rousseff destacou também, durante a entrevista às rádios, que o governo cumpriu o superávit primário de R$ 75 bilhões. “E queremos muito que os governos estaduais e os governos municipais participem desse esforço de robustez fiscal que é necessário para o Brasil. Não é só a União que é responsável. É a União, o superávit primário dos estados e dos municípios que fazem com que o Brasil seja um país robusto fiscalmente. Então, também, eu queria alertar para o fato que fazer o esforço fiscal faz parte do, tem que fazer parte da agenda de estados e municípios”, acrescentou.

Fonte: Portal Brasil



20/01/2014 21:13


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